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Saúde: Sindicato espera maior adesão a segundo dia de greve

29 de julho de 2016 às 08:40
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Anúncio do Governo de que haverá congelamento de salários em 2017 pode levar mais gente a protestar, considera sindicalista

O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP) admitiu que hoje uma adesão maior à greve dos trabalhadores do sector da saúde devido ao anúncio pelo Governo de que haverá congelamento de salários em 2017.

Em declarações hoje à agência Lusa, o sindicalista adiantou que a adesão ao segundo dia de greve vai ser superior ao de quinta-feira (em que a adesão rondou os 80%), devido ao anúncio pelo Governo de que haverá em 2017 um congelamento de salários.

"Os números [de adesão] vão ser hoje ligeiramente superiores, justamente porque também hoje temos a greve [nacional] dos enfermeiros, o que implica uma maior mobilização de todos. Ainda mais porque o Ministério das Finanças veio anunciar a consolidação em princípio nos orçamentos dos serviços de que não haverá aumentos salariais, haverá congelamento para 2017", adiantou.

José Abraão lembrou que há assistentes operacionais e técnicos de diagnóstico, por exemplo, que ganham 532 euros por mês, trabalham 40 horas e recebem por 35.

"Agora vem a ameaça de que terão os salários congelados. Hoje estamos mais sensíveis para aderir à greve e lutar pelos nossos direitos, para não perder poder de compra", sublinhou.

Os funcionários do sector da saúde iniciaram na quinta-feira uma greve de 48 horas, para exigir a reposição das 35 horas semanais a todos os trabalhadores e a celebração de um acordo colectivo de trabalho, assim como o pagamento de horas extraordinárias.

Apesar de ainda não ter dados concretos sobre o turno da noite, que começou às 00:00 e terminou às 8 horas, o secretário-geral da SINTAP disse que a esmagadora maioria dos hospitais do Porto e de Lisboa "registaram níveis altos".

"Isto significa que se trata de uma grande greve e em concreto na área da saúde. O governo vai ter de tirar ilações, reabrir o processo negocial e procurar contribuir para que mesmo cirurgicamente, através e correcções salariais ou do salário mínimo, os funcionários da saúde não percam poder de compra", disse.

O responsável disse ainda querer "acreditar que este Governo fará justiça e não haverá um congelamento generalizado de salários".

"Vamos lutar para que as situações mais difíceis sejam verdadeiramente corrigidas", concluiu.

A adesão à greve dos trabalhadores do sector da saúde rondou no primeiro dia os 80% a nível nacional, segundo a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.

Os dados divulgados respeitam ao primeiro e segundo turnos de trabalho e, segundo a federação sindical, mostram que a paralisação "correspondeu aos anseios dos trabalhadores".

Segundo disse quinta-feira Ana Avoila, coordenadora da Federação, houve hospitais em que a adesão à greve foi de 100%, mantendo apenas os serviços mínimos.

Desde as 00:00 de quinta-feira, estão em greve assistentes operacionais, assistentes técnicos, técnicos de diagnóstico e terapêutica e técnicos superiores de saúde.

Na quinta-feira, a greve de enfermeiros decorreu no Algarve, Castelo Branco, Minho e Santarém, mas hoje será a nível nacional.

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