O Ministro dos Negócios Estrangeiros alertou para a "saída maciça de dezenas e dezenas de milhares de jovens qualificados"
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta quinta-feira, em Paris, que "ninguém deve ser obrigado a emigrar" e alertou que não se deve repetir a "saída maciça de dezenas e dezenas de milhares de jovens qualificados". "Ninguém deve ser obrigado a emigrar (...). Aquele processo por que passámos nos últimos anos de saída maciça de dezenas e dezenas de milhares de jovens qualificados apenas porque não encontravam emprego em Portugal, esse processo foi muito traumático e nós não devemos repeti-lo", afirmou.
Em declarações aos jornalistas na Embaixada de Portugal em Paris, onde ao final do dia se festejou o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, Augusto Santos Silva salientou que "a emigração tem sido uma das grandes forças de transformação e de modernização da sociedade portuguesa" e que, graças a ela, Portugal é "um país que vale muito mais na cena internacional do que o peso da sua demografia ou o peso do seu produto interno bruto".
Porém, o chefe da diplomacia portuguesa alertou: "Nós não devemos estar a dar a outros o melhor da nossa energia porque precisamos dela também na nossa sociedade e na nossa economia."
Questionado sobre porque se celebra o 10 de Junho a 8 de Junho, o membro do governo explicou que "da mesma forma que o Natal é quando uma pessoa quiser, a celebração do dia das Comunidades não é um ato meramente administrativo" e considerou que se pode "celebrar o Dia das Comunidades em datas que sejam próximas desse dia".
"O espírito é justamente celebrar - do ponto de vista social, do ponto de vista cultural, do ponto de vista económico e também do ponto de vista diplomático - a contribuição riquíssima das comunidades portuguesas que vivem no estrangeiro, quer para Portugal quer para as sociedades que os acolhem", defendeu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros lembrou, ainda, que "Portugal tem neste momento cerca de 10,4 milhões de residentes" e também "2 milhões e duzentos mil portugueses naturais de Portugal que vivem no estrangeiro" e que, adicionando os "portugueses que não tendo nascido em Portugal têm nacionalidade portuguesa ou são descendentes de portugueses facilmente se chega a cinco milhões". "O 10 de Junho é o dia para nós comemorarmos 15,4 milhões de pessoas", concluiu.
Augusto Santos Silva deslocou-se a Paris, esta quarta e quinta-feira, onde também participou na reunião ministerial do conselho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e interveio em sessões sobre o alargamento da OCDE, sobre "como fazer a globalização funcionar" e sobre a cooperação da instituição com países latino-americanos e das Caraíbas.
No ano passado, as celebrações do Dia de Portugal realizaram-se, pela primeira vez, uma parte em Portugal, em Lisboa, e outra parte no estrangeiro, em França, de 10 a 12 de Junho, junto da comunidade portuguesa na região de Paris, e contaram com a participação do então presidente francês, François Hollande, no Salão de Festas da Câmara Municipal de Paris.
Este ano, os lugares escolhidos para as cerimónias foram o Porto, nos dias 09 e 10, e São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil, entre 10 e 11 de Junho.
Santos Silva diz que "ninguém deve ser obrigado a emigrar"
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