Antigo presidente do Banco Espírito Santo garante ainda que continuará a não "interferir ou condicionar o trabalho da Comissão Parlamentar"
O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, pediu esta quinta-feira "um efectivo direito ao contraditório" e "uma defesa com a mínima igualdade de armas" sobre as investigações a decorrer, particularmente a auditoria pedida pelo Banco de Portugal.
Num comunicado, o ex-presidente executivo do BES refere que "manterá o comportamento de não interferir ou condicionar o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito ou quaisquer procedimentos de averiguação que estejam em curso", esperando que um dia lhe venha a ser dado "um efectivo direito ao contraditório e a uma defesa com a mínima igualdade de armas".
Ricardo Salgado acrescenta que, quando assim for, estará certo de que "se chegará, finalmente, à descoberta da verdade sobre as razões que levaram ao desaparecimento do BES, não baseadas em pré-juízos ou conclusões pré-determinadas".
A Procuradoria-Geral da Republica (PGR) disse hoje à Lusa ter recebido os resultados da auditoria forense ao BES, adiantando que a mesma já foi enviada ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
"O Ministério Público tem recebido das entidades reguladoras documentação e informações várias que são objecto de análise com vista à adopção, no âmbito das suas competências, dos procedimentos legalmente previstos. Todos os casos em que existe queixa ou indiciação de factos susceptíveis de integrar crimes são objecto de investigação. Os inquéritos respeitantes ao universo Espírito Santo encontram-se em Segredo de Justiça", explica a PGR numa nota enviada à agência Lusa, em resposta a um pedido de esclarecimento.
Uma auditoria pedida pelo Banco de Portugal à consultora Delloite conclui que a administração do BES liderada por Ricardo Salgado "desobedeceu ao Banco de Portugal 21 vezes, entre Dezembro de 2013 e Julho de 2014", e "praticou actos dolosos de gestão ruinosa".
A informação, avançada na noite de quarta-feira pela edição online do Jornal de Negócios (JdN) e noticiada hoje pelo jornal i, aponta também a conclusão de que o BES concedeu "financiamentos em violação das regras".
Segundo a PGR, a equipa que investiga os processos relacionados com o denominado universo Espírito Santo trabalha "em estreita colaboração" com as entidades reguladoras, como o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O Jornal de Negócios cita "as conclusões do primeiro bloco da auditoria forense solicitada pelo Banco de Portugal ao BES e que foi elaborada pela Deloitte, de acordo com o sumário executivo que o supervisor enviou na quarta-feira, 4 de Março, à comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES".
"No total, são identificadas 30 possíveis infracções, apenas num dos cinco blocos que compõem a auditoria forense e que diz respeito à violação das determinações que o Banco de Portugal impôs ao BES e ao Espírito Santo Finantial Group (ESFG) a partir de Dezembro e até ao final de Julho", acrescenta.
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