Organismo do Conselho da Europa acusou acusa a hierarquia da PSP e a Inspecção-geral da Administração Interna de serem tolerantes ao racismo, pedindo que a polícia pare de relativizar a violência contra negros e ciganos.
A PSP recusou, esta terça-feira, acusações de ser tolerante ao racismo, que considera inaceitáveis e que colocam em causa a honorabilidade da instituição, e garantiu que é sim "intolerante a atitudes xenófobas ou racistas".
A PSP "promove uma cultura de respeito e de tolerância interagindo com todos os sectores da sociedade portuguesa de forma transparente", e age contra quem dentro da instituição viola a lei, diz a direcção nacional da polícia em comunicado.
O comunicado surge na sequência de acusações, divulgadas hoje, da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância, organismo do Conselho da Europa, que acusa a hierarquia da PSP e a Inspecção-geral da Administração Interna de serem tolerantes ao racismo, pedindo que a polícia pare de relativizar a violência contra negros e ciganos.
No seu relatório sobre Portugal, a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI, na sigla em inglês) elogia o trabalho feito nos últimos anos, mas aponta também várias críticas, muitas delas relativamente à actuação das autoridades policiais.
A PSP lembra que o relatório hoje publicado decorreu de uma visita de peritos a Portugal numa semana de Novembro do ano passado, acrescentando que não compreende como a instituição europeia pode tirar tais conclusões "tendo maioritariamente por base notícias publicadas e percepções sobre acontecimentos", e tomando "como relevantes apenas uma das partes intervenientes".
Diz a polícia que a informação que deu à ECRI não foi considerada, que nada do que disse a PSP aparece no relatório e que por isso não foi "materializado o direito do contraditório".
Com "um volume de interacções individuais anuais superiores a 2,5 milhões, que opera em ambientes urbanos complexos e que tem diariamente intervenções de risco", não se pode querer reduzir a PSP "a um ou dois eventos, os quais, de resto, ainda se encontram em fase de julgamento e como tal, com presunção de inocência dos envolvidos até ao trânsito em julgado", diz-se no comunicado.
"Assume o relatório a existência de racismo institucional na Polícia, tolerado pela hierarquia, assunção que consideramos inaceitável, que coloca em causa a honorabilidade da instituição policial e daqueles que a servem, só sustentadas em desconhecimento e concepções enviesadas da actividade policial", refere o comunicado da Polícia de Segurança Pública.
A PSP lamenta que o relatório "se consubstancie num conjunto de omissões e versões subjectivas e parciais da realidade", diz que prestou toda a informação à ECRI e adianta que não pode aceitar as referências feitas aos profissionais e à instituição.
E conclui afirmando que vai manifestar o seu desagrado e descontentamento pelas referências constantes do relatório, junto das instâncias competentes.
PSP recusa acusações de tolerância ao racismo e considera-as inaceitáveis
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"
Trazemos-lhe um guia para aproveitar o melhor do Alentejo litoral. E ainda: um negócio fraudulento com vistos gold que envolveu 10 milhões de euros e uma entrevista ao filósofo José Gil.