Enquanto no PS se fez, antes do Congresso da Batalha, a discussão sobre se os socialistas se deveriam afirmar mais à esquerda ou mais ao centro, Sérgio Azevedo tenta dar um pontapé de partida para um debate entre os sociais-democratas sobre o posicionamento ideológico do PSD.
Sérgio Azevedo acredita que já não faz sentido o PSD estar amarrado às linhas da fundação do partido, porque o seu principal traço é a " flexibilidade identitária" que faz do PPD-PSD um partido reformista.
De resto, para o deputado social-democrata "querer redundar a actuação do PSD às suas linhas programáticas fundacionais" é não ter em conta o contexto revolucionário em que o partido surgiu.
No contexto actual, Sérgio Azevedo acredita que a afirmação do PSD passa pela direita. "O PSD, para se constituir como alternativa, tem de se afirmar como um partido da direita democrática e moderada", defende no artigo publicado esta segunda-feira no jornal i.
Para essa afirmação à direita, Sérgio Azevedo desenha todo um programa político. O "elogio à iniciativa privada", a defesa da "mobilidade laboral" e de "um regime de previdência solidário em confronto com um regime individualista" e o europeísmo fazem parte desse programa político.
"O PSD deve afirmar-se pelo elogio à iniciativa privada na defesa daqueles que acrescentam valor económico ao país e produzem emprego em detrimento de um Estado sugador, dispendioso e excessivamente proteccionista. O PSD deve abraçar a mobilidade laboral rejeitando a ideia da construção de sociedades de empregos para a vida no aparelho do Estado, impulsionando a competitividade com um mercado único global de oportunidades para todos. Um PSD que avolume a participação política dos cidadãos defendendo novas responsabilidades e novas formas de participação condizentes com o avanço tecnológico. Um PSD que traga à colação um regime de previdência solidário em confronto com um regime individualista. Um PSD que centre a acção do Estado na protecção àqueles que mais precisam, e não nos mesmos do costume. Um PSD profundamente europeísta com uma posição clara no aprofundamento da política económica e de segurança e justiça da União", escreve o deputado do PSD.
A reflexão é feita em jeito de balanço aos primeiros dias de Rui Rio à frente do PSD, por Sérgio Azevedo acreditar que a forma como o líder está a fazer oposição não ajuda a ter um PSD que seja visto pelos eleitores como uma verdadeira alternativa ao PS.
"Ao PSD, as meras convergências de ocasião, que aconteceriam com mais ou menos vigor qualquer que fosse a sua liderança, não chegam para se constituir em si mesmo como uma alternativa", defende o deputado social-democrata, criticando a forma como Rio está na oposição.
"Cem dias não se revelaram suficientes para se sentir o pulsar daqueles que durante anos reclamaram um PSD diferente. Ainda que a primeira impressão seja importante na ideia que formamos sobre as coisas, talvez sejam precisos mais cem dias para se perceber o alcance desta sua nova vida. Aguardemos", escreve Sérgio Azevedo num artigo que se junta ao coro de cíticas de que Rui Rio tem sido alvo nos últimos dias.
Depois de Luís Montenegro ter criticado a forma como líder geriu o dossier da eutanásia e de Luís Marques Mendes ter acusado Rio de não ter ideias próprias e aparecer como "uma muleta do Governo", Azevedo é mais um social-democrata a atacar o presidente do partido.
Resta saber se haverá mais sociais-democratas a entrar no debate sobre o rumo ideológico que o partido deve seguir.
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Anónimo04.06.2018
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