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PSD lamenta que Medina não tenha "dado ouvidos" sobre Taxa de Protecção Civil

A vice-presidente do PSD e vereadora em Lisboa Teresa Leal Coelho lamentou que Fernando Medina não tenha "dado ouvidos" aos alertas que o partido fez desde 2014 sobre a inconstitucionalidade da Taxa Municipal de Protecção Civil

A vice-presidente do PSD e vereadora em Lisboa Teresa Leal Coelho lamentou que Fernando Medina não tenha "dado ouvidos" aos alertas que o partido fez desde 2014 sobre a inconstitucionalidade da Taxa Municipal de Protecção Civil, hoje anunciada.

Tribunal Constitucional, que funciona no Palácio Ratton, em Lisboa, tem 116 pessoas.
Tribunal Constitucional, que funciona no Palácio Ratton, em Lisboa, tem 116 pessoas.

"O PSD tem vindo desde Dezembro de 2014 a chamar à taxa de protecção civil um imposto encapotado. Nós advertimos, em reunião de Câmara Municipal, que esta taxa era inconstitucional, produzimos declarações de voto a dizê-lo e agora vem efectivamente o Tribunal Constitucional dar razão ao PSD nessa posição", afirmou a deputada Teresa Leal Coelho, em declarações aos jornalistas no parlamento.

A ex-candidata à Câmara Municipal de Lisboa afirmou que, se o presidente da autarquia, Fernando Medina, e a vereação socialista tivessem "dado ouvidos" aos alertas do PSD, "ter-se-ia evitado que os cidadãos em Lisboa tivessem estado a pagar durante três anos esta avultada taxa".

O Tribunal Constitucional chumbou a Taxa Municipal de Protecção Civil de Lisboa, disse hoje à Lusa fonte oficial do município.

A Câmara de Lisboa já anunciou que vai devolver aos proprietários 58 milhões de euros cobrados desde 2015 no âmbito da aplicação desta taxa, disse hoje o presidente da autarquia, Fernando Medina.

A devolução dos pagamentos vai decorrer a partir de Janeiro.

Questionada como poderão ser recuperados estes 58 milhões de euros que irão ser retirados ao orçamento da autarquia, Teresa Leal Coelho frisou que o Tribunal Constitucional considerou o valor cobrado como um imposto e não uma taxa, o que o torna competência do parlamento.

"O PSD está sempre disponível para cooperar, o que lamenta é que presidente da Câmara Fernando Medina não tenha dado ouvidos ao PSD desde Dezembro de 2014 porque evitava este constrangimento à Câmara Municipal de Lisboa", defendeu.

A Taxa Municipal de Protecção Civil começou a ser cobrada aos proprietários em 2015 e veio substituir a taxa de conservação e manutenção dos esgotos, que passou a ser associada à do saneamento.

Em Março passado, a Provedoria de Justiça anunciou o pedido de fiscalização sucessiva da taxa ao Tribunal Constitucional (TC), por considerar que "configura um verdadeiro imposto, na medida em que não será possível identificar [...] qualquer benefício concreto ou específico que permita a sua qualificação como uma genuína taxa".

No dia 14 de Dezembro, a Câmara Municipal de Lisboa chumbou três propostas apresentadas por PSD, CDS-PP e PCP no sentido de revogar a Taxa Municipal de Protecção Civil, que a oposição e as associações de proprietários consideram inconstitucional.

O BE (partido que recebeu pelouros do PS na sequência de um acordo pós-autárquicas) absteve-se, depois de em Novembro ter apresentado na assembleia municipal uma proposta para suspender a taxa até à decisão do tribunal. Esta proposta foi chumbada, com os votos contra do PS, do PAN e de quatro independentes eleitos pelo PS.

O TC tinha já declarado inconstitucional a Taxa Municipal de Protecção Civil aplicada em Vila Nova de Gaia a empresas (em Lisboa a aplicação é feita à generalidade dos proprietários) e em Setembro a câmara, no distrito do Porto, informou que iria extingui-la.

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