Líder do PSD considera que esta atitude socialista tem apenas como objectivo "isentar o PS" da desgraça que atingiu Portugal nos últimos anos
O PSD considera muito sintomático que o PS já só queira reescrever a história". A declaração é do presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, que considera que esta atitude socialista tem apenas como objectivo "isentar o PS" da desgraça que atingiu Portugal nos últimos anos.
"Quero dizer que o PSD acha muito sintomático que o PS, hoje, já só queira reescrever a história. Esse é, possivelmente, o elemento simbolicamente mais relevante do seu falhanço. Um partido e um governo que só sabem dizer mal dos anteriores para poder tapar os fracos resultados que podem oferecer no presente, dá bem a entender que não tem nada de positivo para oferecer para futuro", afirmou em Castelo Branco, no encerramento da conferência Territórios de Baixa Densidade - Valorização e Coesão.
O líder social-democrata usou o estudo da fundação Manuel dos Santos, apresentado na semana passada, para dizer que os socialistas utilizam elementos de natureza científica para suportar as suas afirmações. Segundo Passos Coelho, o estudo sobre a pobreza em Portugal em consequência do processo de ajustamento que teve lugar após o pedido de resgate em 2011, "desmente" o seu próprio título porque começa em 2009 [quando o país era governado pelo PS] e vai até 2014, compreendendo dois anos de políticas que são anteriores àquilo que foi a execução do programa de ajustamento económico e financeiro. "E é muito curioso porque depois quando olhamos para os dados que são divulgados sobre quem foi mais afetado nesse período, reparamos que as conclusões não estão de acordo com os dados revelados", sublinhou.
O líder social-democrata adiantou que se recorda daquilo que se passou de 2009 a 2011 [governo socialista de José Sócrates]: "Percebemos o impacto que isso teve, não apenas na distribuição de rendimentos e da pobreza em Portugal, mas também no impacto que as políticas públicas, nomeadamente em sede fiscal, produziram junto dos diversos estratos económicos e sociais".
"Ficamos a saber, por exemplo, das conclusões que foram apresentadas como sendo conclusões que se reportam aquilo que foi o período de ajustamento, que o impacto mais significativo, mais de metade do impacto que é apresentado como sendo das politicas do programa de ajustamento, tiveram lugar entre 2009 e 2011", frisou.
Sem negar que o programa de ajustamento não trouxe consequências negativas, realçou o que considerou ser o esforço feito pelo PS "recontar a história". "É um exercício de falsificação na qual o PS e hoje os seus aliados se esforçam por fazer quando não têm mais nada para apresentar e é um resultado de falsificação que deve ser denunciado", sustentou.
"A realidade é esta. Quando não cuidamos de responder a tempo aos problemas que temos, esses problemas reflectem-se sempre de uma forma muito penosa sobre toda a gente e, quem tem menos, fica sempre mais sujeito às más condições do que quem tem mais", afirmou.
Disse também que não foi assim entre 2009 e 2011 período em que quem foi mais atingido, mesmo ao nível dos rendimentos, foram aqueles que tinham menos e adiantou que foi durante o governo a que presidiu que se corrigiu essa tendência. "Nós [PSD], do nosso lado, continuamos a trabalhar para que o nosso futuro não seja um regresso ao passado", concluiu.
PS quer reescrever história para esconder fracasso, acusa Passos
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.
Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.
A mudança do Chega sobre a reforma laboral, a reboque do impacto da greve, ilustra como a direita radical compete com as esquerdas pelo vasto eleitorado iliberal na economia.