O antigo ministro da Administração Interna de Costa é o único socialista preparado para ir já a eleições internas. Se não aparecer um adversário até sábado, Carlos César prepara-se para acelerar a corrida pela liderança. Se um dos pressionados por outras facções apresentar uma alternativa, César está disponível para adiar calendário. Mariana Viera da Silva e Fernando Medina ainda não se retiraram da equação.
José Luís Carneiro não desapareceu depois de ter perdido as últimas diretas contra Pedro Nuno Santos, há ano e meio. Continuou a alimentar a máquina e a manter contacto com as suas tropas no terreno. Ora, assim que olíder socialista apresentou a sua demissão- na sequência da queda histórica do partido nas legislativas -, o antigo ministro da Administração Interna posicionou-se no imediato na corrida pela liderança, tentando apressá-la ao máximo para não dar tempo a um candidato da fação de Pedro Nuno Santos ou de António Costa de se organizar.
Carneiro está mais bem posicionado do que em 2023 (quando obteve apenas 36% contra Pedro Nuno Santos) e há inclusive pedronunistas dispostos a ceder e a "emprestar" a sua influência nas estruturas locais por falta de alternativas sólidas. Todavia, no partido não falta quem queira à força lançar outros nomes para evitar que Carneiro se apresente sozinho. E a contagem decrescente para a posse de uma nova liderança estará relacionada com isto, dizem fontes socialistas à SÁBADO.
O presidente Carlos César - que passa a liderar interinamente o PS a partir de sábado (quando Pedro Nuno Santos deixa o cargo de secretário-geral) - coloca, neste momento, duas hipóteses. Se Carneiro for candidato único, a eleição deve acontecer o mais depressa possível, facilitando a participação deste no arranque da próxima legislatura, nomeadamente, na escolha do líder parlamentar e da mesa da Assembleia da República. Se surgir outro socialista, Carlos César está disposto a adiar o calendário para dar tempo a este para se organizar, podendo a eleição realizar-se depois das Autárquicas (setembro/outubro).
A altura é propícia ao lançamento de hipóteses, mas, no desfile dos protocandidatos, há já dois que se retiraram. Duarte Cordeiro e Alexandra Leitão; a segunda por se querer concentrar na corrida pela Câmara de Lisboa. Ficam outros dois - que suscitam interesse em alguns setores socialistas e estarão por isso a ser pressionados: Fernando Medina, o antigo ministro das Finanças de António Costa, e a colega do mesmo governo Mariana Vieira da Silva.
Ambos têm mantido reservas. Não dizem que sim, nem que não. Contactado pela SÁBADO, Medina não quis comentar o facto de se ter reunido, na terça-feira ao final do dia, com Pedro Nuno Santos para uma conversa sobre o resultado eleitoral. E ao que a SÁBADO apurou mantém-se em reflexão.
Já Mariana Viera da Silva afirmou, numa entrevista à SIC, na noite passada, que está "disponível para ajudar" o partido "nas mais diversas formas". "Nunca exclui, mas isso não significa que a notícia seja: Mariana Vieira da Silva não exclui. Significa que estou disponível para ajudar o Partido Socialista das mais diversas formas a encontrar um caminho que possa ser de união", declarou, considerando que o PS "precisa de tempo para se reorganizar" e que o melhor seria que surgissem candidaturas agregadoras e não individuais.
RODRIGO ANTUNES/LUSA
Mariana Vieira da Silva está melhor cotada entre os pedronunistas do que Medina. E, apesar deste ter possivelmente mais destaque público pelo trabalho na pasta das Finanças, Medina tem dificuldade em ligar-se com as bases do partido (fundamental para conquistar a liderança), já a antiga ministra da Presidência de Costa tem menos anticorpos. E tem outra vantagem: foi eleita deputada, tal como Carneiro, o que, não sendo condição necessária para se ser líder, será favorável para ter um contacto mais direto com o primeiro-ministro e impor-se na oposição, numa altura em que esta estará a ser disputada com o Chega.
Independentemente de avançarem ou não, estes são os candidatos disponíveis melhor posicionados. Há mais quem queira, mas o calendário não está ao alcance de todos. Miguel Prata Roque manifestou, esta semana, à SÁBADO, vontade de avançar, mas que isso "vai depender dos apoios". Para já, diz-se apenas "um interveniente no processo [eleitoral]".
MIGUEL A. LOPES/LUSA
É mais um socialista a querer uma data alargada, para depois das Autárquicas. Só Carneiro e os seus apoiantes apressam o ato eleitoral, confiantes de que não há ninguém melhor posicionado no partido, neste momento. E para isto, o antigo ministro alega que seria importante o novo líder ter "legitimidade plena para dar orientações quanto à viabilização do Programa do Governo". O timing do anúncio só por si é significativo: logo na noite eleitoral, ainda o corpo de Pedro Nuno Santos não tinha arrefecido.
"A partir do momento em que fui candidato constituí uma responsabilidade com aqueles que me apoiaram e hoje essa responsabilidade é acrescida", disse, em entrevista à CNN, onde mencionou que tem "dialogado com o presidente do partido" por causa da data das diretas.
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