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Próximos na lei da eutanásia, mas distantes na Europa: António Filipe e Jorge Pinto em debate presidencial

Europeísta Jorge Pinto acusou António Filipe de não defender a UE. Candidato comunista recusa, mas garante não ser "eurodependente".

António Filipe e Jorge Pinto apresentaram posições semelhantes quanto à lei da eutanásia, mas sobre a Europa revelaram algum distanciamento. Candidatos estiveram frente a frente em debate para as presidenciais, esta segunda-feira.

António Filipe e Jorge Pinto em debate para as presidenciais
António Filipe e Jorge Pinto em debate para as presidenciais

“Se fosse Presidente da República teria promulgado a lei e entendo que a questão não tem de voltar à Presidência da República. A Assembleia da República aprovou a lei legitimamente", afirmou o candidato comunista, apelando ao Governo para regulamentar a lei da eutanásia.

Quando tal acontecer, “o Presidente da República deve e pode questionar o Governo quando vai fazer essa regulamentação”, frisou António Filipe, referindo que será esta a sua postura, caso seja eleito.

Jorge Pinto, da mesa opinião do adversário, destacou que "as pessoas têm direito à morte médica assistida". "Acho que o direito a morrer com dignidade é um assunto que interessa às pessoas", disse o candidato.

Com dois candidatos para as presidenciais frente a frente, o candidato apoiado pelo Livre definiu-se como “candidato que fala para o eleitorado de esquerda, europeísta, verdista”. “Fui o último a avançar porque aguardei que sugerisse um candidato que agregasse toda a esquerda”, destacou.  “Cada um de nós nesta fase tem de ser claro com aquilo que defende e quer para o País, e eu tenho-o feito”, disse Jorge Pinto, realçando:  “não posso ser acusado de não ser claro e dizer o que penso”.

António José Seguro não foi esquecido no debate, com ambos os candidatos a distanciarem-se do candidato apoiado pelo PS.

“Qual seria o candidato capaz de ganhar à primeira volta umas eleições? Isso não existe”, atirando, dizendo que com Seguro essa ideia “tornou-se imaginária”. “Era esperarmos todos à espera de um Messias e eu avancei.

“Eu sou patriota, de esquerda” disse o comunista, dando grande centralidade ao direito aos trabalhadores e “valores de abril”. António Filipe apelou ainda aos trabalhadores para aparecerem na greve geral desta semana (11 de dezembro).

Jorge Pinto aproveitou para atacar o adversário, justificando que “ ser patriota a 8 de dezembro de 2025 é a defender o projeto europeu”. O candidato, assumindo-se como europeísta, mas não "euroseguidista", defende que Portugal deve ter uma voz ativa no projeto europeu e acusa o opositor de não apoiar a União Europeia.

Já António Filipe recusa essa ideia, garantindo "defender o projeto europeu", mas realça: "não sou eurodependente". António Filipe distanciou-se da União Europeia, relembrando o tempo da 'troika' em Portugal.

O candidato Jorge Pinto atacou o adversário, relembrando a posição do PCP sobre a Guerra da Ucrânia, revela sentir-se surpreso  que António Filipe "não esteja ao seu lado” sobre esse tema, “onde também há um invasor e um invadido”.

A guerra na Ucrânia fez os candidatos divergirem ainda mais com António Filipe a atirar que não estendeu “uma passadeira vermelha ao senhor Zelensky” e que Jorge Pinto “um dia irá arrepender-se” do ter feito.

Jorge Pinto assegura que defende a autodeterminação dos estados e garante ter posição pacifista, algo que António Filipe recusa.

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