A manifestação irá decorrer, pelas 10h30, "dentro do Campo Pequeno [em Lisboa], como se de um espetáculo se tratasse". Ou seja, "cumprindo as regras impostas pela DGS".
O Campo Pequeno, em Lisboa, é hoje palco da "Manifestação pela Cultura", promovida pela Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), em defesa de um setor em crise.
A manifestação, segundo a APEFE, irá decorrer, pelas 10:30, "dentro do Campo Pequeno, como se de um espetáculo se tratasse". Ou seja, "cumprindo as regras impostas pela Direção-Geral da Saúde", e com a capacidade do recinto limitada a duas mil pessoas.
Na quarta-feira, a associação revelou, no "Manifesto pela Sobrevivência da Cultura em Portugal", que o mercado dos espetáculos registou uma quebra de 87%, entre janeiro e outubro deste ano, face a 2019.
No manifesto, a APEFE alerta para o impacto do "agravamento das medidas nas últimas semanas [anunciadas pelo Governo para tentar conter a pandemia da covid-19] e a sua continuidade, ou até um eventual novo confinamento social", admitindo que "não será difícil que esta quebra possa atingir os 90% até ao final do ano".
Para aquela associação, "é chegado o momento de os decisores políticos dizerem o que querem para Portugal, no que respeita à Cultura e às manifestações artísticas enquanto fatores capitais e determinantes para a vida de cada indivíduo e enquanto fatores de coesão e de progresso da sociedade e dos cidadãos".
Recordando que "o setor privado da Cultura é responsável por mais de 80% das receitas de bilheteira, [que] é quem mais investe e cria públicos e (...) se substitui ao Estado na oferta cultural", a APEFE alerta: "Os promotores, as salas, as empresas de audiovisuais e equipamentos para espetáculos, os artistas, os autores, os agentes, os produtores, os técnicos, e profissionais dos espetáculos estão sem chão".
De modo a evitar, entre outros, "o aumento dos desempregados (sabendo que nem todos terão acesso a este apoio do Estado), as falências e as insolvências das empresas, e os danos irreparáveis para a saúde mental de toda a sociedade, se esta atividade for interrompida", a APEFE exige "um apoio a fundo perdido da 'Bazuca Europeia' correspondente a 20% da quebra de faturação das empresas e a 40% no rendimento de artistas, técnicos e profissionais dos espetáculos, vulgo 'intermitentes', valor este a ser pago em duodécimos, de janeiro a dezembro de 2021".
A 'Bazuca Europeia' a que se refere a APEFE são os 13,2 mil milhões de euros (a preços de 2018) que Portugal vai receber em subvenções (a fundo perdido), até 2023, através do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, o principal instrumento do Fundo de Recuperação europeu pós-crise gerada pela covid-19.
No manifesto, a APEFE pede também ao Governo "o adiamento, por mais um ano, das moratórias e dos créditos empresarias, até setembro de 2022, o acesso a linhas de crédito com carência de capital por um ano e meio e máximo 1% de 'spread' e comissões bancárias incluídas"; pede também "que não afastem o público, sabendo que todos os espetáculos ao vivo são realizados de acordo com a regras sanitárias".
Assumindo que "a recuperação de todo este setor empresarial demorará anos", a APEFE defende que ainda "pode ser salvo".
"Algumas dezenas de empresas já fecharam portas e outras centenas lutam diariamente para não seguirem o mesmo caminho, lutam para não despedir nenhum colaborador. Sem apoios concretos e contextualizados adequados às reais necessidades das empresas do sector e aos milhares de trabalhadores para quem a cultura é sinónimo de existência e subsistência, o fim está próximo. Infelizmente para muitos, o fim já chegou", assegura.
Promotores de eventos e festivais manifestam-se "pela Cultura" hoje em Lisboa
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