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Polícia que iniciou protestos pede a colegas na manifestação que tenham “postura”

Andreia Antunes
Andreia Antunes 24 de janeiro de 2024 às 18:43
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Milhares de polícias vão juntar-se no Largo do Carmo e manifestar-se em direção à Assembleia da República.

"Façam uma retrospetiva do passado", começa por apelar num vídeo Pedro Costa, o agente da PSP que iniciou uma onda de protestos pelo país inteiro, no dia em que milhares de polícias se vão juntar a partir das 17:30 no Largo do Carmo, em Lisboa, para percorrer um caminho até à Assembleia da República.

Pedro Simões/Cofina Media

Nas imagens partilhadas em vários grupos das forças de segurança, o agente apela aos colegas que tenham um bom comportamento, fase a "certas ações que foram tomadas" em antigos protestos pelas forças de segurança, acrescentando que tirem "as próprias conclusões". 

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"Será que vale a pena voltar a cometer os mesmos erros do passado? Ou vamos virar a página e agir de forma inteligente? Eu escolho a segunda opção", referiu Pedro Costa. "Eu não mando em ninguém, cada um sabe de si e cada um tem de ter a consciência e responsabilidade sobre os seus atos. Apenas vos peço uma coisa: postura."

Continua o seu pedido referindo o comportamento exemplar que tem tido nestes últimos protestos perante "toda a sociedade e todos os políticos". "Inclusive nos momentos em que certas pessoas nos tentam descredibilizar ou mesmo ridicularizar", acrescentou.

Assim, questiona aos colegas o que é a insanidade: "Insanidade é fazer a mesma coisa várias vezes e esperar um resultado diferente."

Desta forma, o agente afirma que os grandes movimentos podem levar a "comportamentos mais reprováveis", pelo que apela a que nenhum dos colegas "ocupe o passeio junto às grades, deixando uma distância de segurança para que não exista a tentação de ter certos tipos de comportamentos."

Pedro Costa termina o seu discurso a reforçar a ideia de que estão todos unidos para o mesmo objetivo, que é a igualdade entre as forças de segurança, podendo assim ter o suplemento de missão que foi atribuído apenas à PJ.

"Estamos todos unidos com o mesmo objetivo, e o que realmente importa é esse objetivo. Não vamos destruir o que todos nós conseguimos até à data. Tenham orgulho na nossa profissão, bem como pela farda que vestem, e tenham atenção em uma coisa: Nós é que construímos o nosso futuro e este está nas nossas mãos."

A contestação das forças de segurança iniciaram após o Governo aprovar o suplemento de missão para a Polícia Judiciária no dia 27 de novembro. No entanto, no dia 7 de janeiro, o agente da PSP Pedro Costa decidiu ir para a frente do Parlamento manifestar as injustiças entre as polícias.

Desde este dia, vários protestos tem vindo a decorrer pelo país inteiro, com centenas de polícias a concentrarem-se nas várias cidades do país, até que tenham uma "dignificação de carreira".

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