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Pedro Nuno Santos, a continuidade de um potencial sucessor de Costa

Em 2015, António Costa escolheu-o para secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares onde teve a missão de fazer a 'ponte' das negociações entre o Governo e os parceiros políticos da 'geringonça'. Em fevereiro de 2019, assumiu o Ministério das Infraestruturas.

Pedro Nuno Santos, um dos "jovens turcos" do PS, vai manter-se como ministro das Infraestruturas e da Habitação nonovo Governo liderado por António Costa, cuja composição foi anunciada esta quarta-feira.

Natural de S. João da Madeira, distrito de Aveiro, Pedro Nuno Santos tem 42 anos, sendo licenciado em Economia pelo ISEG, instituição da Universidade Técnica de Lisboa na qual foi presidente da Mesa da RGA (Reunião Geral de Alunos).

Apontado como um potencial candidato à sucessão de António Costa na liderança do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, conotado com a ala esquerda do PS, iniciou a sua atividade política na JS aos 14 anos e, entre 2004 a 2008, foi secretário-geral desta organização de juventude, período em que esteve empenhado, primeiro, na legalização da Interrupção Voluntária da Gravidez e, depois, na consagração em lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Entrou no parlamento em 2005, tendo sido deputado na X e na XII legislaturas, após um breve intervalo para ajudar na gestão da Tecmacal, na capital do calçado, ao lado da irmã e do pai.

Em 2015, António Costa escolheu-o para secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares onde teve a missão de fazer a 'ponte' das negociações entre o Governo e os parceiros políticos da 'geringonça'.

Em fevereiro de 2019, António Costa chamou-o para assumir o Ministério das Infraestruturas, ocupando a vaga deixada por Pedro Marques, que encabeçou as listas do partido para as eleições Europeias. Esta mudança de cadeiras foi acompanhada por uma alteração nas áreas tuteladas por este ministério: deixou de ter o Planeamento (e a gestão dos fundos comunitários), mas passou a ter a Habitação.

Nestes poucos meses do XXI Governo Constitucional em que esteve à frente do Ministério das Infraestruturas da Habitação, Pedro Nuno Santos enfrentou duas greves de motoristas de transportes pesados - a primeira das quais causaria uma mini-crise no abastecimento de combustíveis.

Em ambas as ocasiões empenhou-se em manter abertas as vias de diálogo entre sindicatos e empregadores e em criar condições para que fosse possível chegar a acordo.

O reforço do investimento da rede ferroviária marcou também a sua ação à frente do Ministério das Infraestruturas e da Habitação e este é um assunto que deverá manter um peso central, tendo em conta o investimento que está previsto para este setor, no âmbito do plano Ferrovia 2020.

Ao longo dos últimos anos, Pedro Nuno Santos foi colocado no grupo dos chamados "jovens turcos" ¬ designação nascida na blogosfera e corredores de São Bento por associação ao histórico coletivo que lutou por reformar a administração do Império Otomano -, juntamente com João Galamba e com os ex-líderes da JS Duarte Cordeiro e Pedro Delgado Alves.

Pedro Nuno Santos foi protagonista de títulos da imprensa e alguma polémica quando, em dezembro de 2011, num jantar de socialistas em Castelo de Paiva reafirmou a sua posição anti-austeridade: "Estou a marimbar-me que nos chamem irresponsáveis. Temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses. Essa bomba atómica é simplesmente não pagarmos (...) as pernas dos banqueiros alemães até tremem...", afirmou, já com a antiga maioria PSD/CDS-PP a desempenhar funções governativas.

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