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PCP diz que programa "cheira a troika"

"O seu discurso tresanda ao velho comunismo imobilista, que não levou nenhum país a lado nenhum que não fosse à pobreza", respondeu Montenegro.

O secretário-geral do PCP acusou hoje o programa do Governo de "cheirar a 'troika'", com o primeiro-ministro a responder que este discurso "tresanda ao velho comunismo imobilista" que, previu, levará o partido ao desaparecimento.

José Sena Goulão/Lusa

Na fase inicial de perguntas sobre o programa do XXV Governo Constitucional, Paulo Raimundo -- líder do o único partido que apresentou, até agora, uma moção de rejeição ao documento -- fez duras críticas a Luís Montenegro e às suas políticas.

"Os resultados eleitorais não apagam a sua errada conduta pessoal nem legitimam a política contra os interesses e os direitos dos trabalhadores, do povo e da juventude. Ainda continua a achar que o país pode estar melhor, mesmo que a vida da maioria esteja pior?", questionou.

Raimundo acusou o Governo de "empurrar milhares para a emigração", de "manter uma política de baixos salários", de querer "atacar a lei da greve", de "desmantelar o Serviço Nacional de Saúde", "saquear a segurança social" ou de desviar recursos para "a loucura da guerra", entre outras críticas.

"Cada problema, um negócio, é esta a sua verdadeira reforma do Estado", acusou.

O secretário-geral do PCP lamentou que a moção de rejeição -- até agora só com apoio do BE -- vá ser chumbada, vaticinando que Chega, IL e PS se continuarão "a encostar uns aos outros" para defender uma política injusta.

"O seu programa cheira a 'troika', que o nosso povo já rejeitou e já derrotou. Os trabalhadores, o povo e a juventude contam, como sempre, com o PCP para a defesa dos seus direitos", acrescentou Raimundo.

Na resposta, o primeiro-ministro considerou que esta acusação não tinha "qualquer respaldo na realidade", e devolveu a crítica.

"O seu discurso tresanda ao velho comunismo imobilista, que não levou nenhum país a lado nenhum que não fosse à pobreza", afirmou.

Montenegro disse até lamentar a sua previsão de que o PCP "com essa teimosia vai acabar, infelizmente, por se condenar a si próprio a um desaparecimento", o que disse considerar indesejável no sistema político português.

Em contraponto às críticas de Paulo Raimundo sobre os baixos rendimentos, o primeiro-ministro referiu que "houve um aumento do rendimento líquido em Portugal que foi a maior da OCDE".

"Torna-se difícil que o seu discurso encontre adesão nas pessoas, porque ele é tão, tão hostil à realidade que ninguém acredita", acrescentou, rejeitando igualmente as acusações nas áreas da saúde, educação, segurança social ou defesa.

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