João Oliveira condenou ainda a submissão do executivo e do PS às imposições da União Europeia, do Tratado Orçamental e das regras da zona euro, deixando "intocados os interesses do capital monopolista e dos grandes grupos económicos".
O líder parlamentar do PCP considerou, esta quarta-feira, "mau prenúncio" o facto de o primeiro-ministro,António Costa, pronunciar-se várias vezes sobre a nova "aritmética" parlamentar necessária para vir a ser derrotado no parlamento, na sua nova composição.
João Oliveiradiscursava em intervenção de fundo na fase de debate do primeiro dia da discussão parlamentar sobre o programa de Governo do PS e referia-se às palavras anteriores de Costa que disse ser preciso à direita aliar-se ao PAN e à restante esquerda para bater os socialistas.
"Já ouvimos hoje, por mais que uma vez, o primeiro-ministro fazer contas à aritmética parlamentar procurando fixar ideias quanto às difíceis condições que precisam de estar reunidas para que o PS e o Governo possam ser derrotados em votações nesta Assembleia da República. É mau prenúncio que o Governo parta já do princípio de que as suas propostas poderão suscitar a necessidade de derrota com tal aritmética, mas ficamos, pelo menos, a saber que o Governo conta, à partida, com essa aritmética para algum desfecho ou objetivo tremendista que pretenda vir a alcançar", disse.
O deputado comunista começou por dizer que, "no entender do PCP, o programa de Governo não corresponde à política de que o país necessita para resolver os problemas presentes e assegurar um futuro de desenvolvimento soberano, progresso e justiça social".
"É de uma política alternativa, patriótica e de esquerda que Portugal necessita e essa não é a política do PS nem desde Governo", vincou.
Contudo, segundo o presidente da bancada comunista, "o PCP não faz, como nunca fez, uma apreciação fixista ou expectante do programa de Governo".
"Sabemos que o programa e a política do Governo terão de confrontar-se com a realidade a que se dirigem, que a sua insuficiência ou opções erradas traduzir-se-ão na incapacidade de resolução dos graves problemas nacionais que persistem e que essa incapacidade colocará o desenvolvimento da luta dos trabalhadores e das populações como condição para que se obtenha resposta cabal às necessidades e anseios populares", continuou.
João Oliveira estimou que "acontecerá com este Governo como acontece com todos os governos".
"De resto, a experiência da última legislatura demonstra com clareza que as opções erradas, insuficientes ou limitadas do Governo podem sempre ser superadas com a iniciativa política e o desenvolvimento da luta. Foi assim que aconteceu com o aumento real das pensões, recusado pelo anterior Governo e não inscrito no seu programa, mas depois concretizado porque a força da luta e a iniciativa política do PCP assim o determinaram", congratulou-se.
O líder parlamentar do PCP condenou ainda a submissão do executivo e do PS às imposições da União Europeia, do Tratado Orçamental e das regras da zona euro, deixando "intocados os interesses do capital monopolista e dos grandes grupos económicos".
"As opções do Governo em matéria de dívida pública correspondem à casa de madeira da fábula dos três porquinhos e do lobo mau. Pode ser mais robusta que a casa de palha e mais fácil de fazer do que a de betão, pode até ser mais rápida de pôr à vista, mas bastará um sopro mais forte dos especuladores-credores numa próxima ofensiva especulativa sobre o nosso país e lá se vai a obra toda ao ar novamente", ironizou.
PCP considera "mau prenúncio" a "aritmética" parlamentar de Costa
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Brigitte e Emmanuel nada têm a ganhar com este processo que empestará ainda mais a atmosfera tóxica que rodeia o presidente, condenado às agruras políticas de um deplorável fim de mandato
Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres