Há sinais de desacerto entre Rui Rio e um dos seus vice-presidentes no PSD. Primeiro foram as negociações goradas com Rui Moreira para uma candidatura ao Porto. Agora, é o tabu em torno da sua própria recandidatura a Ovar. Com um pormenor que não é de somenos: Malheiro é um dos homens de Rio na operação Autárquicas.
Salvador Malheiro Miguel Baltazar / Jornal de Negócios
O outro operacional do líder social-democrata para estas eleições é o secretário-geral do partido, José Silvano, a quem coube anunciar os 102 nomes que o PSD já tem fechado para as autárquicas. E foi essa comunicação que mereceu o reparo de Malheiro.
"Agradeço muito a confiança e a deferência do meu Partido, contudo quero esclarecer que continuo Presidente da Câmara Municipal de Ovar e no seu devido tempo decidirei se sou ou não me recandidato para mais um mandato", escreveu no Facebook.
Rapidamente, as suas palavras foram interpretadas como um desmentido. O Salvador Malheiro pôs água na fervura, criando um tabu.
"Perante a má interpretação que estão a fazer sobre as minhas palavras quero dizer o seguinte: "Não desminto a Direção Nacional, bem pelo contrário! Estou de alma e coração com a mesma. Tal como muito bem foi explicado pelo Coordenador Autárquico José Silvano, em breve anunciarei a minha decisão! Força PSD!", acrescentou na mesma rede social, quase uma hora depois da primeira publicação.
O desacerto com a estratégia de Rio também se revelou no desfecho das conversas com Rui Moreira para o Porto.
Durante meses foi notória a aproximação de Malheiro e Moreira, que culminou com um jantar em Cortegaça, onde estavam também José Silvano e o líder do movimento de Moreira, Francisco Ramos.
Este encontro ao mais alto nível haveria de ser notícia, gerando versões diferentes sobre o objetivo do encontro. E uma reação indignada de Rui Rio, que garantiu nunca lhe ter passado pela cabeça apoiar o independente, acusando-o de não ser "confiável" e de estar na origem da notícia.
Fontes próximas de Rio notam à SÁBADO que a única hipótese para as conversações avançarem até ao ponto de um jantar ao mais alto nível era o líder não estar a par dos termos exatos do que lá se terá discutido. Uma versão que abre dúvidas sobre a que ponto Salvador Malheiro estaria mandatado para as conversas.
"Rio é mais quebrar que torcer", garante um amigo próximo do líder do PSD, admitindo que Salvador Malheiro e José Silvano não tenham dado a Rio todos os dados sobre os termos em que as conversas com Moreira estavam a decorrer. "A intenção era deixar o Rio num beco sem saída. Mas ter de apoiar o Moreira era uma coisa que ele nunca ia deixar passar", acredita a mesma fonte.
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