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O culto do chefe (mesmo de cartão) no congresso do Chega

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 03 de dezembro de 2021 às 20:00

Num partido personalista e que idolatra o líder, com a oposição ausente ou silenciada, ninguém criticou Ventura – nem quando encontraram a cópia.

Era o fim de mais um discurso do congresso do Chega – e acabou da mesma maneira que terminaram os restantes. “Viva o Chega! Viva Portugal! Viva André Ventura!”, gritou um delegado, que discursava no palanque da reunião magna, o quarto em dois anos e meio de partido. Ao terminar, o líder do Chega aplaudiu, levantou-se e foi abordado por uma série de pessoas, mas uma captou-lhe particularmente a atenção: ele próprio, em versão cartão. “Então este é que é o tal André Ventura?”, disse o deputado, a rir-se. “Vá lá, diz lá, o que é que queres saber”, atirou à SÁBADO, sem tirar os olhos da sua própria figura, mais baixa e de tempos que remontam à fundação do Chega.

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