Sábado – Pense por si

"Não vamos para negociar" Orçamento do Estado, esclarece Jerónimo de Sousa

12 de novembro de 2019 às 15:28
Capa da Sábado Edição 26 de agosto a 1 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 26 de agosto a 1 de setembro
As mais lidas

O Governo começa na tarde desta terça-feira com o PAN uma ronda de reuniões sobre o OE2020, na residência oficial do primeiro-ministro em São Bento. Seguem-se "Os Verdes" e o BE. Na quinta-feira é a vez do PCP.

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, afirmou esta terça-feira que é "manifestamente exagerado dizer que há um processo de negociação" com o Governo com vista ao Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), referindo-se ao encontro marcado para quarta-feira.

"Não vai haver negociações. O que vai haver é uma reunião normal de relacionamento institucional existente com o PS, com o Governo. É nisso que estaremos. Não vamos para negociar. Vamos para colocar aquilo que são preocupações e objetivos da nossa parte. O Governo dirá o mesmo, mas será manifestamente exagerado dizer que há um processo de negociação", afirmou, à margem de uma visita ao Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), em Lisboa.

Segundo Jerónimo de Sousa, "o objetivo é fazer uma abordagem sobre a realidade nacional, os problemas que afetam a sociedade portuguesa", sendo que o PCP está disponível para "encontrar soluções", embora não haja "um pressuposto de compromisso, de negociação e de acordo prévio".

"Está marcado um encontro no quadro de relações normais existentes entre os dois partidos. Não é público. As questões do orçamento poderão estar presentes, mas que não queria adiantar sem conhecer o objetivo das questões a colocar. Da nossa parte, diálogo sempre, diálogo com concretização. Mais importante: é com os votos que os portugueses nos deram que vamos continuar a intervir para que haja um sentido de progresso nos avanços, na defesa dos direitos dos trabalhadores, e não retrocessos, novas imposições, recuos que não seriam bons para trabalhadores e povo", descrevera o secretário-geral do PCP.

O Governo começa na tarde desta terça-feira com o PAN uma ronda de reuniões sobre o OE2020, na residência oficial do primeiro-ministro em São Bento. Seguem-se "Os Verdes" e o BE. Quarta-feira, após o debate quinzenal com o chefe do Governo no parlamento, será a vez dos comunistas, tendo o Livre ficado com encontro agendado para quinta-feira, igualmente depois da reunião plenária da Assembleia da República.

"Há quatro anos, nós, desde a primeira hora, declarámos ao PS e, posteriormente ao seu Governo, que contassem connosco em relação à contribuição para avanços, reposição de rendimentos e direitos. Não acompanharíamos qualquer medida negativa que o Governo tomasse. Mesmo em relação ao próprio Orçamento do Estado, embora o PS, pretendesse o aval na votação, nós sempre dissemos que seria resultante do produto final que decidiríamos e votaríamos", continuou Jerónimo de Sousa.

Sobre o futuro sentido de voto do PCP em relação ao OE2020 e se os comunistas estariam mais libertos de constrangimentos para se absterem ou votarem contra, o líder do PCP não adiantou uma tendência. "Não nos sentimos nem amarrados nem descomprometidos em relação a uma coisa que nunca fizemos. Contem com esta força para resolver problemas e manter e conquistar novos avanços. Não contem com esta força se quiserem retroceder tanto no plano económico como social", concluiu.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

Hipocrisia

Agora, com os restos de Idan Shtivi, declarado oficialmente morto, o gabinete do ministro Paulo Rangel solidariza-se com o sofrimento do seu pai e da sua mãe, irmãos e tias, e tios. Família. Antes, enquanto nas mãos sangrentas, nem sequer um pio governamental Idan Shtivi mereceu.

Urbanista

Insustentável silêncio

Na Europa, a cobertura mediática tende a diluir a emergência climática em notícias episódicas: uma onda de calor aqui, uma cheia ali, registando factos imediatos, sem aprofundar as causas, ou apresentar soluções.