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MP abriu inquérito no caso de detenção em Lisboa de homem próximo de ex-PR guineense

Lusa 17 de dezembro de 2025 às 20:15
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PJ deteve a 14 de dezembro, no Aeroporto Figo Maduro, o chefe de protocolo de Sissoco Embaló, por suspeita de contrabando e branqueamento de capitais.

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito no caso em que um homem próximo do ex-presidente da Guiné-Bissau Sissoco Embaló foi detido num aeroporto em Lisboa, confirmou esta quarta-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Umaro Sissoco Embaló
Umaro Sissoco Embaló EPA

"Confirma-se apenas a instauração de um inquérito a correr termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa", disse, em resposta à Lusa, fonte oficial da PGR, sem revelar pormenores.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve em 14 de dezembro, no Aeroporto Figo Maduro, em Lisboa, o chefe de protocolo de Sissoco Embaló, por suspeita de contrabando e branqueamento de capitais, por transportar na bagagem cerca de cinco milhões de euros em numerário, indicou anteriormente à Lusa fonte ligada à investigação.

Tito Fernandes foi mais tarde libertado sem ser apresentado a tribunal e no avião, proveniente da Guiné-Bissau, seguia ainda a mulher do ex-presidente guineense, Dinisia Reis Embaló, que, embora não tenha sido detida, foi constituída arguida por suspeita da prática dos mesmos crimes.

Segundo a mesma fonte, o montante foi apreendido e sua origem vai agora ser investigada pelas autoridades.

De acordo com uma nota emitida pela PJ em 14 de dezembro, "o voo estava inicialmente classificado como sendo militar e, depois de Lisboa, seguiria para [o aeroporto de] Beja", no sul de Portugal, tendo-se posteriormente verificado que a sua natureza e destino final "eram distintos" dos que tinham sido indicados às autoridades aeronáuticas.

Fonte ligada à investigação especificou na terça-feira à Lusa que o destino final seria o Dubai.

A ação policial, em conjunto com a Autoridade Tributária, aconteceu na sequência de uma denúncia anónima.

Um autodenominado "alto comando militar" tomou o poder na Guiné-Bissau em 26 de novembro, três dias depois das eleições gerais (presidenciais e legislativas) do país africano e um dia antes da data anunciada para a divulgação dos resultados.

A oposição e figuras internacionais têm afirmado que o golpe de Estado foi uma encenação orquestrada por Sissoco Embaló por alegadamente ter sido derrotado nas urnas, impedindo assim a divulgação de resultados e mandando prender de forma arbitrária diversas figuras que apoiavam o candidato que reclama vitória, Fernando Dias.

Depois de destituído, Sissoco Embaló saiu de Bissau, em 28 de novembro, para Dacar, no Senegal, e dias depois, deixou este país e foi para Brazaville, no Congo.

Em 04 de dezembro, circulava nas redes sociais a informação de que viajara, na véspera, para Marrocos.

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