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Morreu José António Saraiva, fundador do jornal SOL

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SÁBADO 06 de março de 2025 às 15:26
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O jornalista morreu esta quinta-feira, aos 77 anos.

Morreu o antigo jornalista José António Saraiva, aos 77 anos, avançou o jornal SOL do qual foi fundador.

Pedro Ferreira/Record

Saraiva foi ainda diretor do Expresso, entre 1983 e 2005. Era autor de vários livros de política e história e de também de quatro romances.

Começou a escrever aos 17 anos no Diário de Lisboa Juvenil, seguiu-se o Diário de Lisboa, A Bola, o Espaço T Magazine, A República, o Portugal Hoje e o Comércio do Funchal, ao mesmo tempo que mantinha a sua atividade profissional enquanto arquiteto.  

O convite de se juntar ao Expresso chegou para substituir Marcelo Rebelo de Sousa, mas, como conta na sua última crónica para o jornal Nascer do Sol, publicada a 28 de fevereiro: "Gostava muito do que fazia e a ideia de me tornar jornalista não me aliciava de todo". Foi assim que nasceu o Temperatura Política, "um texto mais pequeno, dedicado não à análise da semana, mas a um tema específico", que depois evoluiu para o Política à Portuguesa.  

Foi devido ao sucesso das suas crónicas que Augusto Carvalho o convidou para assumir o cargo de subdiretor do semanário. Uma fase que recorda nessa última crónica: "Os dez primeiros anos foram penosos, depois as coisas acalmaram".

Ainda estava no Expresso quando achou que "era tempo de fazer outra coisa: um jornal mais leve, concorrente do Expresso" e propôs isso mesmo a Francisco Pinto Balsemão, que conta que considerou que seria "um tiro no pé ou um pouco mais acima". Assim sendo procurou apoios fora e, com o banco BCP, Manuel Boto, Ana Paula Azevedo, Joaquim Coimbra e o empresário José Paulo Fernandes, fundou o SOL em 2006, mais tarde o jornal viu-se obrigado, por questões legais, a mudar o nome para Nascer do SOL.  

Na última vez que escreveu aos leitores afirmou: "Não quero dizer uma despedida, o tempo o dirá se tiver condições para voltar a escrever".

"Gosto de escrever mas sofro. Mas às vezes, ao ler o que escrevo, interrogo-me: ‘Mas fui eu que consegui escrever isto?’. Outras vezes pergunto-me: ‘Mas como pude ter eu escrito tão mal?’. São momentos", continua numa referência aos seus livros.  

No site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou, "com tristeza, aos seus próximos, os seus sentimentos".  

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