Nos 50 anos do 25 de Abril, o Presidente da República fez o tradicional discurso na Assembleia da República.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou esta quinta-feira para que "tenhamos sempre a humildade de preferir a democracia à ditadura", naquele que foi o habitual discurso sobre o 25 de Abril.
JOSE SENA GOULAO/LUSA
Durante os primeiros minutos, Marcelo Rebelo de Sousa relembrou a história de Portugal, referente ao período pré e pós-ditadura, não tendo esquecido de fazer referência àqueles que foram considerados os principais pais da democracia, como Sá Carneiro, Ramalho Eanes ou ainda Álvaro Cunhal.
No final, o Presidente reservou ainda um tempo para expor uma das suas memórias. "No final dos anos 60, sentado na terceira fila da galeria, ironicamente por trás da futura bancada de 76, acompanhado de colegas estudantes universitários, olhando para os que falavam - e todos eles escolhidos um a um por uma pessoa, e só ela líder vitalício, ou líder sem prazo do partido único não assumido - aqui chegámos por vontade do chefe. Não pela vontade do povo. Um hemiciclo tão diferente, tão oposto ao de 76, ao dos últimos 50 anos, ao de hoje. Um hemiciclo de escolha popular seria impossível de encontrar em 35, em 45, em 55, em 65, em 24 de abril de 74."
Em momento algum, Marcelo Rebelo de Sousa fez referência às declarações polémicas, que preferiu na quarta-feira, sobre o pagamento de reparações por crimes da era colonial. À saída da Assembleia da República optou também por não responder aos jornalistas.
Desta vez, o Presidente da República entrou de cravo na lapela na Sala das Sessões do parlamento, nas comemorações dos 50 anos da Revolução, que contaram com a presença de Cavaco Silva e Durão Barroso, sem a flor simbólica. De cravo na lapela, o general Ramalho Eanes marcou presença, como habitualmente, tal como os antigos presidentes da Assembleia da República Ferro Rodrigues, Assunção Esteves e Mota Amaral. Também o antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão esteve na tribuna presidencial, da qual estiveram ausentes o ex-chefe do governo António Costa e o ex-presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva.
Como fez desde que assumiu funções, em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa passou revista às tropas em frente ao parlamento, ainda sem cravo, subiu as escadarias já levando na mão a flor-símbolo da Revolução, que habitualmente depois pousa na bancada. Desta vez, entrou na sala de cravo na lapela, tal como o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e ao contrário do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que entrou no parlamento sem cravo e, no hemiciclo, levava esta flor na mão.
A sessão solene dos 50 anos do 25 de Abril arrancou mais tarde do que o habitual: pelas 11h33, já que, nesta data redonda de comemorações da Revolução, se realizou uma cerimónia militar, às 09h30, no Terreiro do Paço.
Depois de encerrada a sessão, a banda da Guarda Nacional Republicana, formada nos Passos Perdidos, executará o hino nacional e Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro, acompanhado por Aguiar-Branco, visitarão a exposição "A Nós a Liberdade", organizada com a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, no Salão Nobre.
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