Presidente da República prestou declarações aos jornalistas após o Conselho de Estado que condenou a invasão russa da Ucrânia.
Marcelo Rebelo de Sousa fez uma declaração à saída do Conselho de Estado em que se discutiu a guerra na Ucrânia, e considerou que é "dramaticamente" urgente acabar com o conflito iniciado pela Rússia.
Rodrigo Antunes/Lusa
O Presidente da República considerou "chocante" o alcance da intervenção russa na Ucrânia e manifestou a "extrema preocupação com a instabilidade e incerteza criadas com a violação de princípios básicos do direito internacional e integridade dos estados".
"A comunidade internacional rejeitou o que considera intolerável", afirmou. "Os dias entretanto vividos só têm confirmado o acerto e a força dessa condenação."
Marcelo criticou ainda a "virulência da agressão russa nas tragédias humanas provocadas na Ucrânia" e os 2,5 milhões de refugiados que procuraram acolhimento "em países ocidentais com a intenção de regressar para a vida na pátria".
"A intervenção russa deparou-se com o repúdio claro por parte do povo ucraniano. As duas semanas e meia já vividas permitem dizer que é geral o apelo ao abreviar da guerra pelo que poupa em custos humanos ao povo ucraniano e pelo que limita de riscos uma nova e mais complexa Guerra Fria a destruir décadas de diálogo" sobre a paz, miséria, fome, clima e saúde global.
"É dramaticamente urgente encurtar a guerra na Ucrânia, mas com serenidade e não com expedientes negociais" que beneficiem o lado agressor. "O que já se passou tem, teve, terá custos enormes na vida de todos nós, nomeadamente na Europa."
"Não há como negá-lo ou fazer de conta que os custos não cairão nas nossas vidas e há que enfrentá-los com a coragem e a determinação revelados nos últimos dois anos. Nós em Portugal temos feito exactamente o que devemos e deveremos continuar a fazer, condenámos o que praticamente todos viriam a condenar", frisou Marcelo.
"Acolhemos quem deve ser acolhido, os refugiados vindos da Ucrânia, sem discriminações ou privilégios. Trabalharemos pelo fim da guerra e pelo início da paz. Não nos iludimos pelos tempos muito difíceis que aí estão ou aí vêm", continuou. "Temos que garantir os bens essenciais, assegurar o funcionamento da economia, apoiar as empresas a começar nas dos sectores cruciais, cuidar das pessoas em particular das mais pobres, carenciadas ou sacrificadas."
Sobre os responsáveis políticos, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que é de exigir a "contenção nas palavras" e a "serenidade na postura".
"Quando digo que temos feito tudo isto e que teremos que continuar a fazer, digo os responsáveis políticos e todos os portugueses, tal como durante a pandemia, porque acreditamos que vale a pena fazer tudo, mesmo tudo, para que a paz chegue depressa em liberdade, democracia, justiça social, ao povo ucraniano, a quem tanto devemos nas nossas casas, famílias, empresas, vidas, no nosso Portugal", concluiu o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa: "É dramaticamente urgente encurtar a guerra na Ucrânia"
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