NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
As diferenças programáticas para a AD reduzem-se. Antigo ministro da Administração Interna não quer um bloco central, mas está disponível para dialogar com o Governo e "contribuir para a estabilidade política".
Aumentar salários numa tentativa de igualar os dos vizinhos espanhóis, valorizar pensões, acordos com o setor social na saúde, aposta na desburocratização das empresas... eis algumas das linhas com que José Luís Carneiro coseu a sua moção estratégica às eleições diretas, que perdeu, em 2023, contra Pedro Nuno Santos. O antigo ministro da Administração Interna de António Costa pertence a uma ala mais moderada do PS e já assumiu que está disponível a dar a mão à AD para responder "a impulsos reformistas".
José Sena Goulão/Lusa
"Estamos fora da opção de um bloco central, julgo que não é necessário e seria prejudicial os dois partidos subsumirem-se numa solução executiva", rejeitou José Luís Carneiro, numa entrevista à CNN, já nesta semana. Todavia, admite que "é possível, num quadro parlamentar, constituir uma dimensão de trabalho político que responda a alguns dos impulsos reformistas", nomeadamente em matéria de justiça e de segurança.
Vistas à lupa, as diferenças programáticas entre os socialistas e os sociais-democratas até se estreitam com a liderança de Carneiro. No ano passado, por exemplo, perante a decisão sobre a localização do novo aeroporto, quando a moção de Pedro Nuno Santos era omissa neste aspeto, a de Carneiro transmitia que iria respeitar a decisão do Governo.
Carneiro - que será candidato único às próximas diretas do PS, apontadas para junho ou julho, segundo a Lusa - tinha destacado como prioridades, há um ano e meio, o aumento substancial do salário mínimo nacional, equiparando-o ao dos vizinhos espanhóis, em quatro anos. As reformas também deveriam ser valorizadas. Para as empresas, o programa defendia, por exemplo, erradicar o custo nas garantias públicas emitidas para o financiamento das Pequenas e Médias Empresas junto da banca; e facilitar a desburocratização.
Falava também na importância de manter as contas certas, de procurar entendimentos parlamentares para implementar reformas na justiça, nomeadamente, para evitar os "megaprocessos". Na saúde, abria a porta a um acordo com o setor social para "diminuir a pressão sobre os cuidados hospitalares" e resolver os internamentos sociais. Na educação, defendia o alargamento da gratuitidade da rede de creches ao pré-escolar.
Na habitação, o documento "Por Todos, para Todos" estabelecia que era preciso aumentar as casas disponíveis, dando incentivos aos senhorios, "nos casos em que os imóveis se destinem a habitação a custos controlados".
Na defesa, apoia um aumento da despesa. E na administração interna (pasta conhecida por triturar governantes, mas da qual saiu ileso) quer a extinção do SIRESP, passando as suas funções para um organismo na tutela.
Velocidade de reação afastou concorrência
José Luís Carneiro tem um percurso discreto, em que privilegiou a vida académica em vez da política várias vezes. Chegou a ser jornalista de internacional no extinto Independente. Aos 34 anos, foi eleito presidente da Câmara de Baião, a sua terra, e cumpriu três mandatos. À Assembleia da República chegou em 2005. Dez anos depois, durante o governo da "geringonça" tornou-se secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, antes de ser promovido a ministro.
Tem uma figura simpática e pouco combativa, de unidade - o que se quer dentro do PS, depois dos resultados eleitorais do último domingo, que deixaram os socialistas com o mesmo número de deputados que o Chega (antes da contagem dos círculos da emigração).
Foi aliás para mostrar uma frente unida e por ser o único candidato com trabalho feito no terreno para mobilizar tropas a seu favor que os nomes lançados nos últimos dias recuaram.
"Creio que o lançamento de uma candidatura na segunda-feira [por José Luís Carneiro], iniciou um processo interno, no fundo de contagem de espingardas, que inviabiliza que esse debate profundo se faça antes", disse Fernando Medina, nesta quinta-feira à noite, no Now. Outro dos nomes sondados para representar uma alternativa a Carneiro era a antiga ministra da Presidência Mariana Vieira da Silva, que também se tirou da corrida.
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.