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INEM: Relatório demonstra desconhecimento de factos essenciais

10 de dezembro de 2017 às 08:37
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Instituto Nacional de Emergência Médica considera que documento que avaliou os incêndios de Pedrógão Grande demonstra "menor conhecimento na área de Emergência Médica"

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) considera que o relatório sobre os incêndios de Pedrógão Grande, em Junho, demonstra "menor conhecimento na área de Emergência Médica e desconhecimento de factos essenciais" na actuação daquela entidade.

Pedrógão Grande
Pedrógão Grande
Pedrógão Grande
Pedrógão Grande

"O INEM não pode deixar de referir que muitos dos aspectos abordados no relatório 'Complexo de Incêndios ocorridos em Pedrógão Grande e concelhos limítrofes, iniciados em 17/6' reflectem o menor conhecimento na área da Emergência Médica e o desconhecimento de factos essenciais da actuação do INEM", refere aquela entidade num comunicado divulgado no sábado à noite.

Embora aponte críticas ao relatório sobre a tragédia, encomendado pelo Governo, o INEM "reconhece ao professor Domingos Xavier Viegas [líder da equipa da Universidade de Coimbra que elaborou o documento] grande competência no que concerne ao estudo dos incêndios florestais".

O INEM defende que "várias das considerações constantes do referido relatório, no que concerne ao socorro e à assistência médica às vítimas, revelam uma confusão evidente entre o Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro (SIOPS, responsabilidade da Autoridade Nacional de Protecção Civil) e o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM, responsabilidade do INEM), incompreensíveis num relatório técnico que se pretende objectivo, rigoroso e cientificamente fundamentado".

Recorda o INEM que "nem o Instituto nem os seus profissionais (que são profissionais de saúde), têm competência técnica para as missões de busca e salvamento de pessoas e, muito menos, para combater fogos florestais". "Compete-lhe, isso sim, a prestação, sempre em condições de absoluta segurança, de cuidados de emergência médica pré-hospitalares. Emergência médica e busca e salvamento são duas áreas completamente distintas, com características singulares e exigindo competências profissionais distintas", lê-se no comunicado, divulgado na sequência de uma reportagem exibida no programaSexta às Nove daRTP.

Nos incêndios de Pedrógão, alega o instituto, as funções desempenhadas por aquela entidade "desenvolveram-se em dois grandes eixos: o primeiro na resposta às necessidades das populações atingidas pelos incêndios no que concerne à prestação de cuidados de emergência médica e apoio psicossocial; o segundo, para garantir a assistência médica aos operacionais envolvidos nos teatros de operações".

Nessa altura, o INEM registou "um total de 254 assistências (198 Pedrógão Grande + 56 Góis - entre os quais sete feridos graves, uma criança, quatro bombeiros e dois civis); 87 evacuações para unidades de saúde; 800 assistências das Unidades Móveis de Intervenção Psicológica de Emergência (UMIPE)".

Recorde-se que a 17 de Junho e durante vários dias, fogos florestais devastaram extensas áreas, sobretudo em Pedrógão Grande, provocando 65 vítimas mortais e mais de 200 feridos, além de elevados prejuízos materiais.

O documento em causa foi elaborado pelo Centro de Estudos Sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra.

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