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Há cada vez mais alunos no ensino obrigatório

Alunos a frequentar o ensino obrigatório ultrapassam os 1,6 milhões. Mas também há mais crianças a chumbar ou a abandonar a escola no 2.º ciclo.

Escolas recebem mais alunos, mas retenção no básico preocupa, segundo dados da DGEEC
Escolas recebem mais alunos, mas retenção no básico preocupa, segundo dados da DGEEC José Gageiro/Movephoto

O número de alunos do ensino obrigatório e pré-escolar voltou a aumentar, sendo mais de 1,6 milhões, mas também há mais crianças a chumbar ou a abandonar a escola no 2.º ciclo.

Os dados constam do relatório "Educação em Números 2025", publicado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), que apresenta informações sobre alunos, professores, pessoal não docente e recursos tecnológicos entre 2013/2014 a 2023/2024, que mostram que se mantém a tendência iniciada no ano letivo de 2021/2022 de aumento de alunos.

O relatório confirma o fim de um "inverno demográfico" em que, ano após ano, havia menos crianças nas escolas. Em setembro de 2023, as escolas do continente receberam mais 10.132 crianças e jovens do que no ano anterior, em especial nas turmas de pré-escolar e de 1.º e 3.º ciclos.

Mas também há mais alunos do ensino básico a chumbar ou a abandonar a escola: Entre as turmas do 5.º e 6.º anos, chumbaram ou desistiram mais de 7.600 crianças, o que corresponde a 3,9% do total de alunos que estudavam em escolas do continente, enquanto no ano anterior tinham sido 3,7%.

Já no ensino secundário, diminuíram os chumbos e as desistências, passando de 9,8% para 9,6% a nível nacional, segundo as tabelas do relatório da DGEEC, que mostram ainda que as taxas de retenção e desistência no ensino secundário são mais baixas nos colégios (15,2%) do que nas escolas públicas (18,3%),

Desde o início do século, duplicou praticamente o número de jovens que concluiu o ensino secundário, passando de 65.395 no ano letivo de 2000/2001 para 111.637 há dois anos.

A taxa de pré-escolarização também cresceu de forma significativa desde o início do século, sendo atualmente de 94,5%. Mas continua a ser difícil para muitas famílias encontrar uma vaga, especialmente para as que vivem em Setúbal (83,5% de taxa de pré-escolarização) ou na zona de Lisboa (89%). Parece também ser mais difícil arranjar vaga para uma criança de três anos, já que são as menos presentes nestas escolas (apenas 83,8%).

Quase metade das famílias acaba por optar pelo ensino privado para colocar as suas crianças. Mas a verdade é que a maioria das famílias coloca os seus filhos no ensino público até terminar a escolaridade obrigatória: Apenas dois em cada 10 alunos (21%) frequentam uma escola privada, uma média que esconde a realidade do pré-escolar, onde 46% das crianças estão no privado.

O relatório da DGEEC mostra que em setembro de 2023 havia 1.613.945 alunos desde o pré-escolar ao secundário, e que o aumento de alunos foi mais sentido nas escolas públicas.

As cerca de oito mil escolas públicas e privadas têm quase 150 mil professores, sendo que metade ensinam no 3.º ciclo e no secundário, e mais de 155 mil funcionários.

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