Ministro do Ambiente, Matos Fernandes, indica que motoristas estão a cumprir serviços mínimos e requisição civil. Postos da REPA podem reduzir depois de avaliação do Governo na segunda-feira.
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, informou que, em média, "85% das cargas" previstos para este sábado foram cumpridos em todo o país, adiantando que todos os serviços mínimos e da requisição civil decretada pelo Governo estão a ser cumpridos.
Em conferência de imprensa, o também ministro da Transição Energética diz que o país atravessa um estado de "plena normalidade", naquele que é o sexto dia de greve dos motoristas de matérias perigosas e depois de uma madrugada que culminou com o acordo falhado depois de uma reunião que durou cerca de 10 horas.
Na delegação da Agência Portuguesa do Ambiente no Porto, Matos Fernandes indicou que houve uma "melhoria muito expressiva" verificada no cumprimento da requisição civil. "Ontem [na sexta-feira] houve 12 falhas, hoje não houve nenhuma", assegurou.
O ministro do Ambiente avançou ainda que, na próxima segunda-feira, o Governo irá avaliar a hipótese de reduzir ainda mais o número de postos da Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), que atualmente é de 26, caso os indicadores se mantenham "estáveis".
No mesmo briefing, Matos Fernandes adiantou ainda que, no postos da REPA existe um abastecimento de 64% de gasóleo e de 47% de gasolina, valores acima "um a dois pontos percentuais" em relação a esta sexta-feira. Nos restantes postos de abastecimento, o gasóleo situa-se nos 44%, enquanto que a gasolina está nos 35% - ambos acima em relação ao dia de ontem e "superiores à expetativa" do Governo.
Neste sábado, referiu o ministro, "as Forças Armadas fizeram durante a noite e manhã 10 serviços de transportes, três para o Aeroporto de Lisboa e sete para a REPA".
Em entrevista publicada este sábado pelo semanário Expresso, o primeiro-ministro garantiu que o Governo está disponível para adotar todas as medidas para que o país não pare, caso seja prolongada a greve dos motoristas de matérias perigosas. António Costa garantiu que o "país não vai parar" e admitiu o alargamento de serviços mínimos na paralisação.
Sindicato falhou acordo com Antram depois de reunião de 10 horas
Na madrugada deste sábado, o porta-voz do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) comunicou a falta de acordo depois da reunião mediada pelo Governo, que foi posteriormente confirmada pela Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) e pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
Pardal Henriques adiantou que a Antram oficiou ao SNMMP "a mesma proposta que tinha oferecido à Fectrans [Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações] e ao Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias".
O porta-voz da Antram, André Matias de Almeida, considerou que a proposta que o sindicato apresentou ao Governo é "incomportável para as empresas" e discriminatória para os associados dos outros sindicatos do setor.
No final da maratona de negociações, o ministro Pedro Nuno Santos disse que em cima da mesa estiveram propostas do sindicato e da associação empresarial, mas persiste o desacordo entre as partes. "A greve continua" em consequência da falta de acordo, admitiu o ministro das Infraestruturas e da Habitação.
A paralisação, que se iniciou na segunda-feira, dia 12 de agosto, decorre por tempo indeterminado e foi inicialmente convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM). O último sindicato desconvocou o protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob mediação do Governo.
A greve foi convocada com o objetivo de reivindicar junto da Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial. No final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, parcial e gradual, alegando incumprimento dos serviços mínimos que tinha determinado.
Greve de motoristas em estado de "plena normalidade"
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