Vão liderar a reforma de Estado e as polícias nacionais. São ambos próximos do PSD apesar de não serem militantes e Gonçalo Matias foi até membro de um executivo laranja no passado.
Luís Montenegro entregou esta quarta-feira a lista com o nome dos seus ministros ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Além de algumas subidas internas e saídas, há duas novidades: Gonçalo Saraiva Matias, que chega para um novo ministério, passando a ser ministro Adjunto e da Reforma do Estado, e Maria Lúcia Amaral para o Ministério da Administração Interna (MAI).
Governante por 27 dias volta ao executivo
D.R.
O até agora presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, Gonçalo Saraiva Matias, vai assumir a pasta da Reforma do Estado, uma nova pasta no XXV Governo. No último Conselho Nacional do PSD Montenegro tinha apontado a modernização administrativa e o combate à burocracia como grandes prioridades de um futuro Governo. Essa prioridade justifica a subida da Reforma e Modernização a tutela individual.
"Vamos lançar um procedimento sem nenhuma comparação com todos os esforços que já fizemos até hoje para tornarmos a nossa administração menos burocrática e para mobilizarmos o País para uma estratégia de confiança no funcionamento das instituições públicas", disse então Montenegro. E essa reforma fica agora a cargo de Gonçalo Saraiva Matias que foi secretário de Estado Adjunto e para a Modernização Administrativa durante o segundo governo de Pedro Passos Coelho (que durou menos de um mês).
Nascido em 1979, formou-se em Direito pela Universidade Católica Portuguesa e chegou a exercer o cargo de vice-diretor da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa e da Católica Global School of Law. Especialista em direito constitucional, direito administrativo, direito internacional público e direito das migrações passou pela Casa Civil do Presidente da República entre 2008 e 2014, tendo ainda sido diretor do Observatório de Migrações, antes de aceitar o cargo de Secretário de Estado.
Recentemente, em entrevista ao podcastGeração de 70 disse ter nascido numa família de centro direita e declarou-se como "um moderado a quem a vida deu a sorte de ter alguma voz".
De provedora a ministra
Maria Lúcia Amaral nasceu em Angola em 1957 tendo-se licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 1980. Especializou-se em Direito Constitucional e subiu a professora Catedrática da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. No fim do seu mandato como provedora vai substituir Margarida Blasco que não ingressou o novo Governo a pedido da própria, citando razões pessoais e familiares.
Foi eleita, em 2007, para juíza do Tribunal Constitucional e chegou a ser vice-presidente daquele organismo entre outubro de 2012 e julho de 2016.
Tomou posse como Provedora de Justiça em 2017 (sugerida pelo PSD e com acordo do PS), sendo reconduzida para um segundo mandato em 2021. Desde 2018 que é conselheira de Estado. Como provedora liderou a instituição responsável por receber queixas de cidadãos que vejam os seus direitos fundamentais violados.
Recentemente requereu a declaração de inconstitucionalidade da lei da morte medicamente assistida, juntamente com deputados do PSD, o que levou a uma nova análise da lei da eutanásia por parte dos juízes do Constitucional que decidiram novamente pela inconstitucionalidade desta lei.
Enquanto juíza do Constitucional, Maria Lúcia Amaral opôs-se ao acórdão que declarou inconstitucional os cortes nas pensões e dos subsídios de férias e de Natal para trabalhadores do Estado levados a cabo pelo governo de Passos Coelho. Afirmou que o tribunal estava a imiscuir-se em temas do poder legislativo e que apenas deveria servir de "bússola orientadora".
Foi também crítica da forma como a Procuradoria-Geral da República lidou com o caso Influencer que levou à saída de António Costa. "Tudo indica, segundo o Tribunal da Relação, que houve erro grosseiro do Ministério Público com consequências que estão à vista de todos e que são de uma magnitude que é impossível não reparar", afirmou.
Numa entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, Maria Lúcia Amaral disse que ao contrário do que dizem os relatórios internacionais - "dizem que nós temos um problema sistémico nas forças de segurança relativo a maus tratos" - a provedoria "não corrobora isso nas suas visitas e nos seus relatórios, de modo algum".
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.