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Funcionárias de saúde detidas em rede de imigração ilegal foram suspensas de funções

As suspeitas prestaram ainda termo de identidade e residência e irão aguardar o desenrolar do processo em liberdade.

As duas funcionárias de uma unidade de saúde familiar (USF) (PJ), no âmbito da investigação a uma rede de imigração ilegal, foram suspensas de funções e vão aguardar julgamento em liberdade, disse fonte policial.

Funcionárias de unidade de saúde em Ovar suspensas por fraude de inscrições no SNS
Funcionárias de unidade de saúde em Ovar suspensas por fraude de inscrições no SNS Lusa

Em declarações à agência Lusa, fonte da Diretoria do Centro da PJ explicou que as duas mulheres, de 40 e 54 anos, foram ouvidas por um juiz no Tribunal Central de Investigação Criminal, em Lisboa, tendo-lhes sido decretada a suspensão das funções que exerciam na USF de uma localidade do município de Ovar, distrito de Aveiro.

As suspeitas prestaram ainda termo de identidade e residência e irão aguardar o desenrolar do processo em liberdade, embora proibidas de contactar uma com a outra e com os restantes arguidos no caso, a operação "Gambérria", que levou ao desmantelamento de um grupo criminoso organizado suspeito da prática reiterada de crimes de auxílio à imigração ilegal em Portugal.

Em informação adiantada na quarta-feira, a Diretoria do Centro da PJ, que lidera a investigação, vincou que as duas funcionárias administrativas terão realizado, a troco de vantagens financeiras, cerca de 10.000 inscrições fraudulentas de imigrantes no Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao longo de um ano e meio.

A investigação da Polícia Judiciária descobriu ainda que quase 500 pessoas deram a mesma morada numa rua de Lisboa, situações que não foram detetadas pelos sistemas do ministério da Saúde.

A fonte enfatizou que no processo de legalização de imigrantes, a fase de atribuição do número nacional de utente do SNS ocorre no final e "é das mais difíceis, a cereja no topo do bolo, entre aspas", declarou.

A operação "Gambérria", iniciada em setembro de 2023, está na sua fase final e "atingiu os objetivos que pretendia", argumentou.

Nas três fases da operação já realizadas, a primeira das quais em maio e a última anunciada na quarta-feira, foram detidas 16 pessoas (entre as quais sete empresários, uma advogada e uma funcionária da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do ministério dos Negócios Estrangeiros), tendo sido constituídas arguidas outras 26 pessoas.

A fonte da diretoria do Centro da PJ disse ainda, sem especificar números, que foi apreendido muito dinheiro, imóveis e viaturas, e detetados movimentos bancários de largos milhões de euros.

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