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Ferro Rodrigues alerta pela terceira vez em dois dias para os perigos do populismo

07 de janeiro de 2020 às 22:32
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Na segunda-feira à noite, num jantar com deputados do PS, que vai usar a Constituição e o regimento para travar populismos contra o parlamento. Esta terça-feira voltou ao tema.

O presidente do parlamento não quer que pensem que é um "maluquinho dos populismos", mas alertou esta terça-feira, pela terceira vez em dois dias, para os riscos graves deste fenómeno, na Europa e em Portugal.

"Temos de estar alerta", a política "não se faz com silêncios" nem a "fingir que as coisas não acontecem" e a "meter a cabeça na areia" foram frases ditas por Eduardo Ferro Rodrigues, na receção aos chefes de missão diplomática portuguesa, na Assembleia da República, em Lisboa.

Um dia depois de ter prometido, na segunda-feira à noite, num jantar com deputados do PS, que vai usar a Constituição e o regimento para travar populismos contra o parlamento, Ferro Rodrigues até usou um tom brincalhão para dizer que não ia voltar ao tema.

"Também não vou falar sobre populismos. Já falei sobre isso ontem [segunda-feira] duas vezes. Dá a impressão que... de ser um maluquinho dos populismos, mas temo que, efetivamente, alguma coisa de grave se possa vir a passar na Europa e noutros países, entre os quais Portugal", afirmou.

Insistiu que é preciso "estar alerta" e avisou que é contra a ideia de que "a melhor maneira de fazer política é o silêncio, fingir que as coisas não acontecem, meter a cabeça na areia e deixar que as coisas passem".

"Não. Acho que, quando há sinais como aqueles que foram dados na entrevista de um dos chefes ideológicos e políticos da extrema-direita americana [Steve Bannon] no Expresso, todos devemos estar atentos e não levar a brincar estas questões", afirmou, numa receção onde estava o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, diplomatas e deputados à Assembleia da República.

Na entrevista publicada no sábado no semanário, Bannon afirmou que o que aconteceu nos Estados Unidos, com a eleição de Donald Trump, com uma viragem à direita, é "uma revolução das classes trabalhadora e média", e que essa "revolução" também "acontecerá em Portugal".

Ferro Rodrigues manifestou-se preocupado com o agravamento da tensão no Médio Oriente, depois de um ataque ordenado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que na sexta-feira matou Qassem Soleimani, um alto comandante militar iraniano, em Bagdad, capital do Iraque.

E, frente ao ministro Santos Silva, afirmou que a Assembleia da República "vai continuar o seu trabalho em articulação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros" e "com o Presidente da República". 

No mesmo tom, o ministro afirmou a importância da cooperação entre os órgãos de soberania quanto à política externa portuguesa.

Pouco antes, os convidados - membros do Governo, deputados e diplomatas -- ouviram as Janeiras pelo grupo de cavaquinhos da universidade sénior do Rotary Club de Porto de Mós, distrito de Leiria.

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