Guadalupe Simões avançou que uma das maiores preocupações atuais dos enfermeiros prende-se essencialmente com a carência de material, designadamente de "dispositivos de proteção individual e de máscaras".
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses denunciou hoje que há enfermeiros a trabalhar com falta de dispositivos de proteção individual e escassez de máscaras e classificou de "discriminação" haver escolas para filhos de grupos profissionais de risco.
Em entrevista telefónica à agência Lusa, Guadalupe Simões, da direção nacional do Sindicato de Enfermeiros Portugueses avançou que uma das maiores preocupações atuais dos enfermeiros prende-se essencialmente com a carência de material, designadamente de "dispositivos de proteção individual e de máscaras".
"A partir do momento em que se aumentou, e bem, o número de hospitais de referência, o que seria suposto era que, de imediato, também essas instituições pudessem vir a ser fornecidas com esse tipo de material e a constatação que se faz é que isso não aconteceu", alertou Guadalupe Simões.
Outra "grande preocupação" dos enfermeiros é sobre a questão do cancelamento das escolas e o acompanhamento dos filhos dos enfermeiros, refere Guadalupe Simões, defendendo que não se deve "concentrar" num mesmo lugar todos os filhos dos profissionais de saúde, polícias, segurança e/ou forças armadas.
"Achamos que os filhos dos profissionais de saúde não podem ser, neste caso, descriminados comparativamente a outros. Ou seja, se há orientações generalizada da população de contenção social, isto também tem que abranger os filhos daqueles profissionais que têm que se manter a trabalhar e a fazer muitas horas para além do seu horário de trabalho", argumentou a sindicalista, referindo que o SEP pediu uma reunião urgente com a ministra da Saúde para discutir o assunto.
Para aquele sindicato, a medida mais aconselhável seria haver orientações no sentido de os horários de trabalho permitirem que as crianças nunca ficassem sozinhas em casa.
"A questão que se coloca aqui é a medida por parte do Governo que aponta para a possibilidade da manutenção de haver alguns estabelecimentos onde concentra os filhos de grupos de risco" e "não sabemos exatamente o que está a ser feito", acrescentou Guadalupe Simões.
"Por um lado, há um estado de alerta que determina a contenção social, o isolamentos das pessoas, etc. Por outro lado, a medida do Governo é colocar os filhos destes profissionais, que já estão confrontados com o trabalho e que estão perante a situação de poderem vir a estar infetados, em escolas ou estabelecimentos de ensino", explicou.
Outra das preocupações elencadas hoje por Guadalupe Simões são as suspeitas de casos de enfermeiros com o coronavírus Covid-19 que também estão a aparecer, mas cujas respostas das linhas de apoio estão a levar mais tempo do que seria aconselhável.
"Nos próprios centros de saúde tem-se registado casos suspeitos [de covid-19], cujas respostas por parte da Linha de Apoio ao Médico e da Linha Saúde 24 não são dadas num espaço de tempo aconselhável e isso também tem colocado os enfermeiros numa situação de maior exposição e isso é mais uma preocupação", disse.
Atualmente, há cerca de 31 mil enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde, segundo dados do SEP.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.000 mortos em todo o mundo.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos de infeção confirmados para 245, mais 76 do que os registados no sábado.
Enfermeiros trabalham com falta de máscaras e dispositivos de proteção, diz sindicato
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