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Empresas de brindes e pneus faturam milhões a vender máscaras e ventiladores

Alexandre R. Malhado , Marco Alves 06 de maio de 2020 às 16:55

No mercado milionário dos equipamentos de proteção ao coronavírus, há intermediários desonestos, preços extremados e algumas empresas portuguesas a faturar milhões. E muitas viagens à China.

A pandemia do novo Covid-19 provocou uma crise de saúde pública e financeira – mas também trouxe oportunidades de negócio a várias empresas. Com a família infetada depois de umas férias em França e com o seu setor em crise, Lourenço Rosa, diretor comercial da empresa de brindes Enerre, assustou-se e usou os contactos que tinha na China para se aventurar na venda de equipamento de proteção individual (EPI). Como 35% da atividade da Enerre foca-se em importação do Oriente, arranjar fornecedores não foi difícil, o desafio foi o transporte. Cometeu uma loucura: fretou aviões, cada um com custos entre 700 mil e dois milhões. "Isto pode ser uma boa operação financeira, mas estou a correr um grande risco. Basta um avião não vir cheio para os prejuízos serem fatais", explicou àSÁBADO. Para já, não lhe correu mal: em um mês fizeram mais de 13 milhões de euros com contratos públicos, o triplo do total que faz num ano em vendas, e passaram de empresa familiar de brindes para um dos cinco principais fornecedores de EPI do país, tendo colocado mais de dez aviões no ar.

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