Este domingo mais de 10 milhões de portugueses no território nacional e no estrangeiro deslocam-se às urnas para elegerem um novo parlamento pela segunda vez num ano.
Passado pouco mais dum ano desde as últimas eleições legislativas, os portugueses vão deslocar-se este domingo, mais uma vez, às urnas para elegerem um novo parlamento. Apesar do voto antecipado ter contado com 333 mil inscritos e uma afluência de 94,5%, é no dia 18 de maio que a grande maioria dos eleitores, dentro e fora do País, vai votar.
voto urnasPedro Catarino / Medialivre
As eleições apesar de representarem o ponto alto da democracia, constituem também um desafio logístico. Geridas pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), as autarquias locais e as forças de segurança, é necessário um planeamento meticuloso com antecipação, coordenação e segurança tanto no território nacional como no estrangeiro.
Alguma vez questionou como os boletins são transportados até às assembleias de voto e porque é que nem todos têm a mesma ordem? A SÁBADO reuniu algumas curiosidades sobre as eleições para que não lhe falte conversa na fila para votar.
Como se define a ordem dos partidos nos boletins?
Provavelmente já deve ter reparado que nem todos os boletins eleitorais apresentam os partidos na mesma ordem. Isto deve-se a duas razões: primeiro, nem todos os partidos concorrem a todos os círculos eleitorais do País, e segundo, a ordem é determinada por um sorteio em cada círculo eleitoral. Este ano, essa ordem foi determinada em abril, e define como os partidos vão aparecer no papel. Pode consultar o seu boletim aqui.
Na capital, os três primeiros partidos da lista são o Ergue-te, o Livre e o Juntos Pelo Povo, enquanto que no Porto ela é liderada pela AD, seguido do Partido Liberal Social e o Nós, Cidadãos!
Segundo os boletins publicados no site da Comissão Nacional de Eleições, em Coimbra e na Madeira, a AD e o ADN aparecem seguidos. Depois da eleição passada em que o partido de Joana Amaral Dias recebeu mais votos do que se esperava, levantou-se a questão de que alguns eleitores podiam ter confundido os partidos, dado as suas siglas semelhantes. No entanto, este ano a Aliança Democrática aparece com uma designação diferente: "AD- Coligação PSD/CDS-PP".
Os círculos eleitorais de Lisboa, Porto, Setúbal, Europa e Fora da Europa serão os mais concorridos com 18 partidos, enquanto Bragança, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu e Açores vão ter os boletins de voto mais pequenos com 13 partidos.
Porque votamos em escolas e pavilhões?
A maioria dos portugueses em território nacional serão chamados para irem votar na escola mais próxima, transformadas em locais de voto. Contudo, há quem exerça este direito em centros culturais, pavilhões ou juntas de freguesia, enquanto os portugueses no estrangeiro se deslocaram à Embaixada ou a um Consulado.
No ano passado à SÁBADO, o especialista em ciência política, José Adelino Maltez, explicou o porquê de serem locais grandes e espaçosos os escolhidos para acolherem os eleitores. "Lembro-me que antigamente se votava só na junta de freguesia, mas depois apareceu a escola e hoje temos muitos edifícios públicos. Creio que se trata de escolher uma sala com espaço e dignidade para o ato eleitoral".
Segundo o professor, a opção de escolher locais mais espaçosos deve-se ainda ao aumento de eleitores desde o 25 de Abril, "tivemos um salto de 6 milhões de eleitores, antes não chegava a um milhão". São também espaços que têm a capacidade e a acessibilidade para acolher todo o tipo de eleitores, desde idosos a portadores de deficiência.
Quanto custam umas eleições?
O Governo de Luís Montenegro decidiu manter o valor de 137 milhões de euros previstos no Orçamento do Estado para a organização e realização das quatro eleições que se realizam este ano, incluindo as legislativas antecipadas. Anteriormente, este valor abrangia apenas as três eleições previstas em janeiro: autárquicas, presidenciais e regionais da Madeira.
Segundo o jornal Público e dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna (MAI), será necessário desembolsar 26,5 milhões de euros para as eleições legislativas de 18 de maio, mais 8,1 milhões do que as legislativas do ano passado. As presidenciais são as mais dispendiosas, tendo a seu dispor 99,7 milhões de euros, incluído no orçamento está uma eventual segunda volta, que pode ou não se concretizar e o voto em mobilidade. A esse valor somam-se 10,5 milhões para as eleições autárquicas no outono de 2025 e 300 mil euros para as regionais da Madeira.
Estes valores abrangem custos como o financiamento das campanhas eleitorais, todas as logísticas do ato eleitoral como o pagamento às pessoas que trabalham nas mesas de voto e os funcionários da administração pública que trabalham nesse dia como as forças de segurança que transportam os boletins, assim como a manutenção das plataformas digitais. Este ano ainda não é certa a recompensa dos membros das mesas de voto, no entanto, nas legislativas do ano passado o valor foi de 59,15 euros, custando pouco mais de 4 milhões de euros.
Como são transportados os boletins de voto?
A produção, o armazenamento e a distribuição dos boletins de voto constitui um dos eixos mais críticos do processo, que depois de impressos em gráficas com certificação de segurança, são transportados sob escolta policial até às assembleias de voto, segundo a APAT, Associação dos Transitários de Portugal. Ao longo do dia de voto, a SGMAI resolve quaisquer desafios que possam surgir como por exemplo, a falta de boletins em mesas com uma afluência acima do previsto.
Terminado o período de votação e de contagem, inicia-se a recolha dos resultados. As atas são digitalizadas e transmitidas eletronicamente a partir das próprias mesas de voto, mas os boletins físicos são transportados até aos tribunais da comarca, para uma verificação legal.
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