Novas variantes apresentam “tendência potencialmente crescente” e "imunidade pode ter diminuído parcialmente", aponta INSA. Internamentos estão controlados, mas podem subir no próximo mês. Ainda assim, não há registo de agravamento da doença nestas linhagens.
"Desde o início da pandemia de Covid-19 que notamos um padrão com o aumento de casos no inverno (como esperado) e um aumento mais subtil no verão (mais surpreendente). Portanto, parece que estamos dentro da tendência do verão", explica, àSÁBADO, Miguel Castanho, investigador em bioquímica de vírus do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina de Lisboa.
REUTERS/Stephane Mahe
O número de casos diários de Covid-19 registados em Portugal está a aumentar desde maio, e é acompanhado por "uma tendência crescente da mortalidade", revela o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), no seu último boletim, sem que seja possível quantificar este crescimento, visto que a Direção-Geral da Saúde deixou de publicar estes dados.
O aumento corroborado pelas duas entidades de saúde coincide com a identificação de três novas linhagens da variante Ómicron (NB.1.8.1., a LP.8.1. e a XFG) - duas destas apontadas pela Organização Mundial de Saúde como tendo potencial dominante (NB.1.8.1 e XFG). Além disto, os investigadores do INSA relacionam esta subida com "um inverno com baixa circulação de SARR-CoV-2", em que "a imunidade da população contra o vírus pode ter diminuído parcialmente".
Miguel Castanho explica que "o conceito de imunidade de grupo já não é tão preto-no-branco como no início da pandemia." "Nessa altura, tínhamos uma população sem qualquer tipo de imunidade frente a uma ameaça de infeção. Hoje, fruto da vacinação ou de infeção natural, todos temos algum grau de imunidade. A questão é até que ponto a imunidade populacional decrescida (menor vacinação) e as diferenças entre o vírus atual e as variantes anteriores podem ser favorável a um aumento do número de infeções. Aí a resposta é clara: uma menor adesão à vacinação combinada com alguma capacidade do vírus atual de fugir à imunidade conferida por versões anteriores, favorece um aumento de número de casos de Covid-19", acrescenta o especialista.
Por isto, defende que a "a atualização da vacinação deverá ser uma constante. O vírus SARS-CoV-2 apresenta uma capacidade surpreendente de mudar e se adaptar, o que implica uma necessidade regular de atualizar a vacina e revacinar as sub populações mais frágeis perante a doença."
A DGS assumiu, em declarações à agência Lusa, que espera um aumento das "hospitalizações por covid-19 nas próximas semanas, especialmente entre os idosos e os indivíduos vulneráveis". Sendo que, segundo a autoridade de saúde, estas novas linhagens não parecem associadas a um aumento da gravidade da infeção. E ainda não são dominantes no País.
De acordo com o último relatório do INSA sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2, entre 21 de Abril e 8 de Junho de 2025, a variante com maior incidência continuava a ser a Ómicron BA.2.86. Nesta altura, a linhagem NB.1.8.1 apresentava "uma frequência relativa com tendência potencialmente crescente".
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