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Costa "nunca fez caricaturas de mau gosto" enquanto precisou de parceiros, acusou Marisa Matias

24 de agosto de 2019 às 16:44
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Líder socialista disse que o BE "vive na angústia de ter de ser notícia", enquanto o PCP tem outra "maturidade institucional". Bloco de Esquerda não o deixou sem resposta.

A deputada europeia do BE Marisa Matias criticou este sábado as declarações do secretário-geral do PS, António Costa, em entrevista ao jornal Expresso, apontando que "enquanto precisou de parceiros" para governar, "nunca fez caricaturas de mau gosto".

A bloquista usou a sua conta oficial na rede social Twitter para assinalar que "nestes quatro anos, enquanto precisou de parceiros para ser Governo, @antoniocostaPM [conta do também primeiro-ministro] nunca fez caricaturas de mau gosto". "Agora parece que vale tudo para tentar maiorias absolutas", critica Marisa Matias.

Nestes 4 anos, enquanto precisou de parceiros para ser governo, @antoniocostaPM nunca fez caricaturas de mau gosto. Agora parece que vale tudo para tentar maiorias absolutas. https://t.co/RYJl4CpupT

Já a coordendora do partido, Catarina Martins, disse que "os partidos políticos ganham em respeitar-se, em respeitar as diferenças que temos, em respeitar as pessoas que confiam em nós e que estão nos partidos". "É bastante melhor do que fazer caracterizações mais ou menos caricaturais uns dos outros, que não ajuda ninguém", reforçou em declarações ao Eco.

O líder socialista, António Costa, sugeriu, em entrevista ao semanário Expresso, que o BE "vive na angústia de ter de ser notícia", enquanto o outro parceiro da 'geringonça', o PCP, tem outra "maturidade institucional".

"Não quero ser injusto, mas são partidos de natureza muito diferente. O PCP tem uma maturidade institucional muito grande. Já fez parte dos governos provisórios, já governou grandes câmaras, tem uma forte presença no mundo autárquico e sindical, não vive na angústia de ter de ser notícia todos os dias ao meio-dia... Isto permite uma estabilidade na sua ação política que lhe dá coerência, sustentabilidade, previsibilidade, e, portanto, é muito fácil trabalhar com ele", disse.

Já sobre os bloquistas, o também primeiro-ministro refere que, "hoje, a política tem não só novos movimentos inorgânicos do ponto de vista sindical, como também novas realidades partidárias que se expressam".

"Há um amigo meu que compara o PCP ao Bloco de uma forma muito engraçada: é que o PCP é um verdadeiro partido de massas, o Bloco é um partido de mass media. E isto torna os estilos de atuação diferentes. Não me compete a mim dizer qual é melhor ou pior, não voto nem num nem no outro", continuou.

Para o líder socialista, "o que ficou claro nesta legislatura é que o PS é o grande fator de estabilidade", pois "sem um PS forte não há a devida estabilidade", rejeitando escolher um parceiro ideal.

"Não dizemos como Catarina Martins que esta legislatura foi uma batalha da esquerda contra o PS, porque é uma descrição que manifestamente descola da realidade, nem temos de ter as angústias de Jerónimo de Sousa a dizer todos os dias: 'este não é o nosso Governo nem apoiamos este Governo'. Eu posso dizer o contrário: temos muita honra e orgulho no que fizemos, por devolver confiança aos portugueses", concluiu.

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