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O primeiro-ministro alertou para o perigo de "alguns partidos" liberais, conservadores e sociais-democratas "mimetizarem" propostas nacionalistas, nomeadamente em relação à imigração.
O primeiro-ministro António Costa alertou para o perigo de "alguns partidos" liberais, conservadores e sociais-democratas "mimetizarem" propostas nacionalistas, nomeadamente em relação à imigração, assumindo posições que legitimam "o discurso da extrema-direita".
Em entrevista que será este domingo divulgada no jornalPúblico, o primeiro-ministro afirma que a Europa tem tido dificuldade em identificar as causas e, sobretudo, "encontrar as melhores terapias" para os avanços nacionalistas e acrescenta que "o mais perigoso" é quando os partidos demoliberais consideram que a melhor resposta para este fenómeno é "mimetizarem" algumas destas propostas.
"Vemos alguns partidos, sejam eles liberais, conservadores e mesmo sociais-democratas a terem sobre a imigração posições que, no fundo, acabam por legitimar o discurso da extrema-direita", alerta António Costa.
O líder socialista refere na entrevista que o tema da imigração arrisca criar divisões "dolorosas" na União Europeia, propondo uma abordagem mais pragmática para evitar o risco de repetir "os mesmos erros cometidos com a gestão da zona euro", criando uma fratura leste-oeste que se pode revelar "excessivamente cara".
Mostrando-se crítico face aos mecanismos de recolocação que impõem quotas de distribuição de refugiados aos países europeus, Costa afirma que, embora não partilhe das posições dos países do Grupo de Visegrado e considere "absurdo" que rejeitem as quotas "irrisórias" que lhes foram atribuídas, também é "absurdo, do ponto de vista europeu", aprofundar essa fratura leste-oeste "por causa de 4 mil pessoas".
Lamentou ainda que Portugal não possa negociar acordos bilaterais com a Hungria, Polónia ou República Checa para acolher os refugiados que lhes estavam destinados.
"Há aqui também muita falta de pragmatismo, de bom senso e de focagem na resolução de problemas, em vez de se criarem divisões que, como aprendemos com a crise do euro, são muito dolorosas", frisa o governante.
António Costa defende que a questão do euro, sendo essencial para "garantir a sobrevivência da Europa" não está resolvida e considera que a crise de valores demoliberais a que se assiste em muitos países da União Europeia, e que se traduziu em acontecimentos como a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos ou de Jair Bolsonaro no Brasil, é uma reação política ao aumento das desigualdades que atingiu "violentamente" as classes médias.
Para o primeiro-ministro, o crescimento dos movimentos radicais resulta da perceção de que não há alternativas no quadro dos partidos tradicionais ou do centro, criando um problema complexo à União Europeia.
"As pessoas têm de sentir que, dentro do campo democrático, têm escolhas alternativas -- sem terem de gerar movimentos como os Coletes Amarelos e sem terem de entregar o seu voto a partidos radicais ou entrarem em ruturas antissistema por via do nacionalismo", salienta, defendendo um regresso da social-democracia aos seus valores fundamentais para "reconciliar as classes médias com a Europa".
Na extensa entrevista concedida ao Público, o primeiro-ministro abordou também temas económico-financeiros como o orçamento europeu, defendendo que a prioridade deve ser "financiar reformas para melhorar a convergência", sem prejuízo da função de estabilização "perante choques assimétricos".
Sublinha que com a saída do Reino Unido, a Europa vai ter "novas despesas e menos receitas" e sugere que a questão é saber que impostos europeus podem ser criados, defendendo a tributação sobre os gigantes tecnológicos americanos "que não incide sobre nenhum português e repõe igualdade fiscal".
Sinalizou também a necessidade de que a zona euro não seja "um espaço de competição interna entre países", mas sim um espaço de competição à escala global, sem que a economia europeia se concentre "num pequeno núcleo central com a desertificação económica das periferias".
António Costa manifestou-se também defensor de que a Europa "não se feche ao mundo" e que estabeleça relações "com o conjunto dos novos atores internacionais", como a China, desde que cumpram as regras europeias.
"O mundo está hoje bastante diferente. Há três anos, em Davos, fiquei bastante surpreendido por ver o Presidente chinês a fazer o discurso que se pressupunha que o presidente americano fizesse; e o Presidente americano a fazer um discurso que era suposto o Presidente chinês fazer", declara o governante, dando igualmente nota da relação de "confiança" de mais de 500 anos de Portugal com a China.
Costa alerta para perigo de "mimetização" de propostas nacionalistas
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