“Meti-lhe meia dúzia de calmantes na comida" e "disparei um tiro na cabeça do meu marido, o outro terá ficado no colchão", confessou Rosa Grilo em tribunal.
Cinco anos depois, Rosa Grilo confessa: "Matei o meu marido"
Luís Grilo foi assassinado em 2018. Esta terça-feira, cinco anos depois e já a cumprir 25 anos de prisão pelo crime, a ex-mulher Rosa Grilo admitiu em tribunal: "Fiz dois disparos sobre o meu marido: um na cabeça, outro no colchão". Rosa Grilo está em tribunal como testemunha no julgamento da sua ex-advogada, Tânia Reis, e do perito forense João de Sousa, acusados de favorecimento pessoal e de terem "plantado" provas no caso da morte do triatleta.
Rosa Grilo tentou mentir às autoridades
Esta não foi a primeira vez que a viúva do triatleta admitiu ter matado o marido. Já o tinha feito em maio de 2021, a um perito forense da Polícia Judiciária (PJ). Mas agora deu pormenores ao tribunal sobre como matou o marido e o tentou encobrir.
Segundo relata o Correio da Manhã, Rosa Grilo deu conta de que o homicídio tinha sido premeditado e que testou mesmo a pistola, que pertencia ao amante, António Joaquim: disparou-a duas vezes, uma na garagem e uma segunda vez contra uma banheira. Os dois disparos seguintes foram feitos contra o alvo, mas só um terá acertado: "Os outros dois disparos fiz sobre o meu marido. Um na cabeça do meu marido, o outro terá ficado no colchão".
Na noite anterior, Rosa Grilo tinha colocado calmantes na comida do marido, estando ele a dormir profundamente quando foi assassinado. Ainda segundo o relato do CM sobre o que foi dito em tribunal, Rosa diz que tomou a decisão de matar o marido por achar que não adiantava fugir dele - com quem estava numa "fase de rutura". Depois dos disparos, lavou a pistola com água oxigenada e transportou o marido para a garagem, embrulhado nos lençóis da cama. Tapou o corpo e depois dirigiu-se à GNR, para contar que o marido tinha desaparecido.
Uma das outras revelações feitas esta terça-feira à tarde por Rosa Grilo foi de que no dia em que a PJ foi pela primeira vez à casa em que vivia com o marido, recebeu os inspetores "com a caixa de munições no bolso do roupão". Antes tinha escondido os invólucros das balas "numa gaveta, no guarda joias e numa caixa de CDs". A mulher que está a cumprir uma pena de 25 anos por homicídio pediu à sua antiga advogada e arguida neste processo, Tânia Reis, para fazer desaparecer a caixa de munições, mas foi o pai que acabou por se desfazer dela - "deitou-a na barragem do Maranhão".
Mas a verdade é que esta não foi a primeira confissão feita por Rosa Grilo. Em 2021, quando estava em prisão preventiva, através de um telefonema para João de Sousa, feita do interior do estabelecimento prisional de Tires, Rosa disse ter matado o marido. O telefonema foi divulgado depois de tanto a advogada Tânia Reis como o próprio João de Sousa terem abandonado a equipa de defesa de Rosa Grilo. Na altura, justificaram a decisão com uma alegada quebra de confiança com a cliente.
O Ministério Público (MP) acredita que os arguidos "plantaram" uma bala na banheira para dar credibilidade ao relato inicial de Rosa Grilo que afirmou que o marido tinha sido assassinado por um grupo "de angolanos" com quem negociaria diamantes. A mulher assumiu que esta versão era falsa num telefonema a João de Sousa que foi divulgado pelo próprio no YouTube.
Na altura, a defesa de Rosa Grilo tinha requerido que fossem realizadas perícias adicionais, mas o tribunal negou o pedido, justificando que a habitação já tinha sido revistada várias vezes pela PJ.
Rosa Grilo já tinha sido condenada à pena máxima, 25 anos de cadeia, pela morte do marido, que aconteceu em julho de 2018, no quarto do casal, numa casa em Vila Franca de Xira. O amante, António Joaquim, que segundo este relato lhe deu a arma com que disparou, também foi condenado à pena máxima, depois de ter sido absolvido na primeira instância.
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