Um grupo de amigos insistiu, o próprio não disse que não: vai à terra onde Marcelo anunciou a sua primeira candidatura, Celorico de Basto, mas a dimensão do encontro mais parece já um jantar de campanha eleitoral a sério. Quem vai, quer convencê-lo a avançar. Cada um paga o seu, até Seguro.
"Até estamos a travar, já hoje tive de dizer que não a mais sete ou oito, mas isto descambou", diz Jorge Teixeira, o organizador, do PS de Celorico de Basto. O jantar com a presença de António José Seguro vai juntar 300 pessoas este sábado, dia 22, na Quinta do Forno. O evento esteve marcado para outro local, mas dada a dimensão que foi assumindo, teve de mudar para outro maior. A intenção também parece evidente. Seguro, diz Jorge Teixeira, tem um perfil "sério e credível" para a função de Presidente da República e é provável que os presentes aproveitem para lhe dizer isso mesmo. De acordo com outra fonte que conhece a organização, "obviamente vão estar a dizer-lhe "avance, avance". Seguro, contactado pela SÁBADO, confirmou a presença no jantar, mas recusou qualquer outro comentário.
Teixeira assegura que o encontro começou apenas como iniciativa de um grupo de amigos. O antigo presidente de junta, amigo pessoal de Seguro há muitos anos, recorda que o ex-líder do PS "continuou a vir cá muito, mesmo quando saiu do partido, criou um negócio de azeite e vinho e veio cá apresentar o vinho, por exemplo, e na brincadeira convidámo-lo a vir cá, começou com uns 20 amigos, um convida outro, foi crescendo, e ele próprio ficou surpreendido, mas olhe: agora vai ter que vir!".
O ex-autarca diz: "Seguro é adorado aqui. Vem cá, conversa, é educado com as pessoas." Mas admite que haverá outras leituras de um jantar com dimensão mais adequada a campanha eleitoral propriamente dita: "Cada um que faça a leitura, ele vem como amigo de Celorico." Não está prevista nenhuma intervenção de fundo, mas, explica o organizador, é previsível que as perguntas dos presentes levem, pelo menos, a respostas de Seguro.
Teixeira não diz quanto custa o jantar, mas assegura que cada um paga o seu, "até eu", e "o dr. Seguro paga o dele. Que remédio tem. E ele também não aceitava de outra forma."
António José Seguro, que passou vários anos restringindo as intervenções públicas, tem aceitado muitas mais iniciativas públicas nos últimos meses. Esteve a semana passada numa mesa redonda do Instituto Mais Liberdade, numa conferência sobre defesa, e voltou apenas a dizer que continua "em ponderação" sobre se avança para a candidatura à Presidência da República.
Em 2015, foi em Celorico de Basto que Marcelo Rebelo de Sousa lançou a sua candidatura presidencial, e onde a encerrou. É a terra dos seus avós paternos, esteve lá recenseado muitos anos e foi presidente da respetiva Assembleia Municipal. A organização não traça paralelismos - nem espera um anúncio - mas admite esperar que o jantar possa pôr Celorico a 'empurrar' mais um candidato.
Em suma, essas pessoas não amam verdadeiramente os seus filhos.
Através da observação da sua linguagem corporal poderá identificar o tipo de liderança parental, recorrendo ao modelo educativo criado porMaccobye Martin.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
