Sábado – Pense por si

Associação congratula-se com adesão de 700 pessoas a acção popular antipetróleo

30 de setembro de 2018 às 15:55
As mais lidas

A associação Algarve Surf and Maritime Activities Association congratulou-se hoje por 700 pessoas e duas associações terem aderido a uma acção popular.

A associação Algarve Surf and Maritime Activities Association (ASMAA, sigla em inglês) congratulou-se hoje por 700 pessoas e duas associações terem aderido a uma acção popular contra os contratos para exploração e prospecção petrolífera em Portugal.

Estas pessoas e associações "constituíram-se parte da acção popular da ASMAA contra os contratos petrolíferos em Portugal, na sequência do anúncio publicado por ordem do Tribunal Administrativo e Fiscal [TAF] de Loulé na imprensa", enalteceu a associação num comunicado.

A Algarve Surf and Maritime Activities Association (Associação de Actividades Marítimas e de Surf do Algarve) tem sido uma das associações que mais tem criticado e contestado os contratos celebrados entre o Estado português e consórcios petrolíferos para prospecção e exploração, e considerou que esta "resposta massiva, ocorrida em apenas dez dias, fará desta acção popular uma das mais participadas de sempre a ocorrer em Portugal".

O anúncio ao qual estas 700 pessoas e duas associações responderam foi publicado pelo TAF "na semana passada", para dar "nota a todos os interessados para intervirem na acção contra os contratos petrolíferos", precisou a associação.

"A Sérvulo e Associados e a PLMJ, duas das maiores firmas de advogados portuguesas, estão a representar o Governo e a ENI/GALP neste processo, com a presença de um ex-ministro na equipa legal. Esta equipa tentou atacar a legitimidade da ASMAA para invocar os vícios de contratos, ilegalidades e inconstitucionalidades, mas a resposta dos cidadãos, que apoiaram massivamente esta acção, nega contundentemente este artifício legal e legitima ainda mais esta ação", considerou a associação.

A mesma fonte sublinhou que a ASMAA vai assim representar estes "mais de 700 cidadãos e as duas associações que responderam ao tribunal" no "processo contra o Estado Português, o Ministério da Economia, a Entidade Nacional para o Sector Energético (ENSE), o Ministério do Mar, a Direcção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), o Ministério do Ambiente, a Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA)".

"Estes números tornam esta acção contra a prospecção e exploração petrolífera numa das acções populares mais participadas, senão mesmo a acção popular mais participada de sempre a ocorrer na Justiça portuguesa", referiu ainda a ASMAA.

A Lei n.º 83/95, de 31 de Agosto, "define os casos e termos em que são conferidos e podem ser exercidos o direito de participação popular em procedimentos administrativos e o direito de acção popular para a prevenção, a cessação ou a perseguição judicial das infracções previstas no n.º 3 do artigo 52.º da Constituição", pode ler-se no artigo n.º 1 do artigo 1.º.

Os interesses protegidos por esta lei são "a saúde pública, o ambiente, a qualidade de vida, a protecção do consumo de bens e serviços, o património cultural e o domínio público", precisa o número 2.

No artigo 2.º lê-se que "são titulares do direito procedimental de participação popular e do direito de acção popular quaisquer cidadãos no gozo dos seus direitos civis e políticos e as associações e fundações defensoras dos interesses previstos no artigo anterior, independentemente de terem ou não interesse directo na demanda".

O TAF de Loulé é o tribunal onde têm dado entrada as providências cautelares de associações ambientalistas do Algarve contra o contrato de prospecção assinado entre o Estado e o consórcio ENI GALP para prospecção petrolífera ao largo de Aljezur.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.