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As finanças dos candidatos à Presidência: rendimentos, poupanças e dívidas

Bruno Faria Lopes , Alexandre R. Malhado 05 de dezembro de 2020 às 08:00

Marcelo perdeu mais de 1,2 milhões em Belém. Ana Gomes tem o maior património. João Ferreira e Marisa Matias deram a volta em Bruxelas. André Ventura tem o dinheiro todo à ordem

Há uma grande diferença entre a última declaração de rendimentos entregue por Marcelo Rebelo de Sousa, em junho de 2018, e a penúltima, no fim de 2015 – uma diferença de 248 mil euros brutos de rendimento anual. A queda explica-se pela grande mudança na vida de Marcelo: a Presidência da República. Antes de ir para Belém, Marcelo declarava cerca de 395 mil euros brutos de rendimento anual respeitantes a 2014, dois terços dos quais como trabalhador independente – a atividade como jurista que faz pareceres e como comentador televisivo mais bem pago do País. Tudo isso desapareceu com o novo cargo. O Presidente declarou em 2018 ter recebido 137 mil euros, pouco mais do que como professor catedrático em mais do que uma faculdade de Direito. Um exercício simples dá uma ideia genérica do preço, literalmente falando, que a Presidência teve: assumindo como constante ao longo do mandato de cinco anos o último rendimento declarado antes de chegar a Belém, Marcelo sacrificou 1,24 milhões de euros brutos de rendimento.

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Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.