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Lisboa deu uma segunda oportunidade a Carlos Moedas

Marco Alves 13 de outubro de 2025 às 02:37

Tal como em 2021, oposição estará em vantagem, mas agora menos. Houve perdas e conquistas (com destaque para mais 30 mil votos e novas juntas), choros e gritos de vitória. E alívio por João Ferreira, um dos heróis da noite para a campanha.

Voto a voto, mesa a mesa, as boas notícias foram chegando à sede da noite eleitoral da coligação Por Ti, Lisboa, liderada por Carlos Moedas. Com alguns amargos de boca.
Moedas celebra vitória em Lisboa com mais votos e um vereador ANTÓNO PEDRO SANTOS/LUSA
A coligação de direita deu luta onde não era previsível (como Benfica e Marvila) ganhou onde era previsível, como na Estrela, Belém, Santo António, Parque das Nações, Alvalade, Lumiar, Avenidas Novas ou Areeiro, e foi conquistar Campo de Ourique, a freguesia onde a esquerda ganhara em 2021 por apenas 25 votos. É também a freguesia onde mora Carlos Moedas, tem um perfil socioeconómico alto, era previsível a vitória e confirmou-se. Muito menos previsível era ganhar Campolide, há muito nas mãos do PS, que virou à direita, tal como Santa Clara, outra junta agora nas mãos da direita. Tal como imprevisível era a vitória em Carnide, há muito um feudo da CDU (que acabou em terceiro lugar). No lado oposto, a coligação de Moedas perdeu Arroios. Pelas 23 horas, Madalena Natividade, ainda presidente da junta, chorava e era consolada. Contas feitas, Moedas tem agora mais um vereador do que tinha (passa de oito para sete), a CDU fica com um, o PS perde um (mesmo tendo uma coligação mais alargada do que a de há quatro anos), passando de sete para seis. E o Chega entra no executivo de Lisboa, com a eleição de dois vereadores da oposição. Carlos Moedas discursou já passava da 01h30 da manhã, quando ainda havia freguesias que não estavam dadas como fechadas em termos oficias (situação que se mantinha às duas manhã). Mas o candidato reeleito sabia que tinha ganho e por muito mais do que em 2021. No curto discurso de vitória, reclamou “mais 30 mil votos” e mais um vereador, que diz conferir-lhe “mais governabilidade”. Carlos Moedas diz que “os lisboetas disseram que queriam mais Moedas, agora vamos conseguir, Lisboa está no caminho certo”. Agradeceu “aos lisboetas”, à sua equipa e aos partidos da coligação. E desejou “o melhor para Alexandra Leitão”. Garantiu ainda que vai "governar muito melhor com oito vereadores" do que o fez com sete. "Estes quatro anos não serão tão difíceis com os anteriores." Pelo Epic Sana Marquês, o quartel-general na noite eleitoral, não se viram figuras nacionais do PSD, do CDS ou IL, os três partidos da coligação. Estavam apenas os candidatos a vereadores, muitos elementos das jotas e figuras anónimas do PSD local. Apareceu também António Cunha Vaz, cuja consultora fez a comunicação da campanha. Na sala comentava-se o alívio pela boa votação de João Ferreira, que não sofreu erosão eleitoral face à frente coligada de esquerda, o que se veio a verificar lhe permitiu ficar a apenas a 11 votos do Chega. A possibilidade do Chega encabeçado por Bruno Mascarenhas ficar com dois (o que veio a acontecer) e a CDU com apenas um era encarado como um problema. Ainda que não conste que a CDU seja um parceiro para qualquer aliança com Moedas no executivo. O facto de João Ferreira ter também resistido à tentação do voto útil para Alexandra Leitão fez dele um dos heróis da noite na sede da noite eleitoral da coligação de direita.
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