A Estónia, a Letónia e a Lituânia já tinham previsto o abandono da rede elétrica russa para aderirem ao sistema europeu, um processo iniciado há anos e acelerado após a invasão da Ucrânia por Moscovo.
A ligação dos Estados bálticos à rede elétrica europeia, após a sua desconexão da rede russa, liberta a União Europeia de "ameaças e chantagens", disse este domingo Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
REUTERS/Lukasz Glowala
"Hoje, estamos a ligar os Estados bálticos à rede elétrica da Europa continental. Estamos a cortar as últimas ligações com a Rússia. Estamos finalmente livres de ameaças e chantagens. Este é um dia histórico", afirmou na rede social X, citada pela AFP.
Today we connect the Baltic states to the continental European electricity grid.
We’re cutting the last remaining links with Russia.
O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, anunciou que os estados bálticos da Estónia, Letónia e Lituânia ligaram-se "com sucesso" à rede elétrica europeia, depois de cortarem ligações à Rússia. "Há alguns momentos, recebi uma ótima notícia. A sincronização do sistema elétrico dos Estados bálticos com o da Europa continental foi concluída com êxito", declarou Nauseda à imprensa em Vílnius, citado pela AFP.
A Estónia, a Letónia e a Lituânia já tinham previsto o abandono da rede elétrica russa para aderirem ao sistema europeu, um processo iniciado há anos e acelerado após a invasão da Ucrânia por Moscovo.
Estão previstas comemorações oficiais nos três países, sendo que hoje, Ursula von der Leyen participa numa cerimónia com os dirigentes bálticos em Vílnius. "Estamos prontos", afirmou o primeiro-ministro lituano, Gintautas Paluckas, nas redes sociais, elogiando "o início de uma nova era de independência [energética]". O processo demorou vários anos devido a inúmeros problemas tecnológicos e financeiros e à necessidade de diversificar o fornecimento, nomeadamente através de cabos submarinos.
Entretanto, o sistema elétrico do enclave russo de Kaliningrado tornou-se este sábado autónomo depois de a Lituânia, a Letónia e a Estónia se terem desligado do circuito elétrico BRELL com a Rússia e a Bielorrússia. O enclave recebe eletricidade de três centrais térmicas locais, que "têm as reservas de energia necessárias para o fornecimento ininterrupto de eletricidade", disse o governador da região.
A mudança tornou-se urgente após a invasão russa da Ucrânia em 2022, que despertou nos países bálticos o receio de que Moscovo os visasse também. Desde então, os três países deixaram de comprar gás e eletricidade russos, embora as redes elétricas continuassem ligadas à Rússia e à Bielorrússia, com regulação da frequência controlada por Moscovo.
Por isso, continuavam dependentes da Rússia para um fluxo estável de eletricidade, crucial para os aparelhos que necessitavam de um fornecimento de energia fiável, em particular nos processos industriais. Os três países vão ser integrados na rede europeia através da Polónia. As autoridades lituanas e polacas iniciaram o processo de sincronização por volta do meio-dia de hoje.
As autoridades alertaram para possíveis problemas. "Vários riscos a curto prazo, tais como operações (...) contra infraestruturas críticas, ciberataques e campanhas de desinformação" levadas a cabo pela Rússia, afirmou o departamento de Segurança lituano.
O operador polaco de eletricidade PSE anunciou o envio de helicópteros e 'drones' para controlar a ligação com a Lituânia.
O presidente da Letónia, Edgars Rinkevics, disse à emissora pública LTV1 que, embora os três países estivessem "totalmente preparados", não podem "excluir possíveis provocações". Na Estónia, polícia e voluntários vão estar estacionados em infraestruturas elétricas essenciais até ao próximo fim de semana, devido ao risco de sabotagem.
Nos últimos meses, vários cabos submarinos de telecomunicações e de energia foram danificados no mar Báltico. Especialistas e políticos acusaram a Rússia de estar a travar uma guerra híbrida, o que Moscovo nega.
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