Em fevereiro de 2024 foi assinado um memorando de entendimento com o Ruanda para que a UE tenha acesso a fontes de matérias-primas essenciais para o setor tecnológico em troca de 900 milhões de euros em fundos de desenvolvimento.
A União Europeia está a enfrentar pressões para suspender o controverso acordo de minerais com o Ruanda, depois do país ser acusado de alimentar o conflito no leste da República Democrática do Congo.
REUTERS/Arlette Bashizi
Os combatentes do grupo rebelde M23, que é apoiado pelo Ruanda, tomaram a cidade de Goma, intensificando um conflito de décadas e aumentando o receio de uma guerra generalizada no país.
Neste momento a Bélgica, antiga potência colonial no Ruanda e na República Democrática do Congo, está a liderar os apelos para que a UE suspensa o acordo assinado em 2024 com o objetivo de aumentar o fluxo de matérias-primas essenciais para a criação de microships e baterias de carros elétricos na Europa.
"A comunidade internacional deve considerar como responder, porque as declarações não foram suficientes", referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Bernard Quintin. Várias fontes diplomáticas já referiram que a Bélgica tem feito pressão interna a vários níveis, incluindo na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União, que decorreu na passada segunda-feira.
Este pedido é apoiado por eurodeputados como Hilde Vautmans, uma belga liberal que lidera a delegação e UE em África, mas também por outros eurodeputados verdes, liberais e dos partidos de esquerda. Numa carta aberta consideraram que "a UE não deve ser cúmplice da tragédia humanitária que se desenrola".
A decisão que a UE vai ter que tomar, sobre manter ou não a sua relação com o Ruanda ou não, é ainda mais importante neste momento tendo em conta a presidência de Donal Trump, que já prometeu aumentar as taxas das exportações para Europa, e que a UE está a tentar encurtar o fosso do desenvolvimento económico para com os Estados Unidos.
Em fevereiro de 2024 foi assinado um memorando de entendimento com o Ruanda relativo a cadeias de valor de matérias-primas sustentáveis, este memorando faz com que a UE tenha acesso a fontes de matérias-primas que incluem tântalo, estanho, tungstênio, ouro, nióbio e lítio em troca de 900 milhões de euros, utilizados para desenvolver infraestruturas para extrações de matérias-primas, saúde e resiliência climática. O Ruanda é o maior produtor mundial de tântalo, metal raro utilizado para equipamentos químicos.
Logo após a assinatura do memorando o presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, descreveu-o como "uma provocação de muito mau gosto" uma vez que o congolês acusa o Ruanda de roubar recursos naturais. Existem também vários relatórios da ONU onde é referido que a Ruanda utiliza o grupo M23 para extrair e exportar recursos minerais e que os rebeldes estão bem equipados e treinados.
O Ruanda nega todas as suas acusações e refere que o seu único interesse no leste da República Democrática do Congo é erradicar os combatentes ligados ao genocídio de 1994.
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