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Ucrânia: Negociadores russos e ucranianos juntos de novo em Istambul

A Rússia tem exigido que a Ucrânia renuncie definitivamente à adesão à NATO e às cinco regiões que Moscovo alega ter anexado.

Um dia depois de terem reclamado novos êxitos na guerra, Rússia e Ucrânia reúnem-se esta segunda-feira de novo na cidade turca de Istambul para uma segunda ronda de negociações diretas sem grandes expectativas de paz.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, só confirmou no domingo a participação de Kiev nas conversações com uma delegação chefiada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov.

A delegação russa mantém igualmente o conselheiro presidencial Vladimir Medinsky à frente de uma delegação que foi considerada como de "segunda linha" aquando da primeira ronda, em 16 de maio, também em Istambul.

A demora de Kiev em confirmar a presença teve a ver com a exigência de que Moscovo enviasse antecipadamente o memorando que disse ter preparado com as condições para um cessar-fogo.

O Kremlin (presidência) recusou tal exigência e remeteu a divulgação do documento à parte ucraniana para a reunião de hoje.

A Rússia tem exigido que a Ucrânia renuncie definitivamente à adesão à NATO e às cinco regiões que Moscovo alega ter anexado.

Depois de ter anexado a Crimeia em 2014, Moscovo declarou em setembro de 2022 a integração das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia na Federação Russa.

A Rússia também recusa o cessar-fogo incondicional exigido pela Ucrânia, pelos Estados Unidos e pelos aliados europeus de Kiev.

As condições de Moscovo são inaceitáveis para Kiev, que, em contrapartida, exige a retirada definitiva das tropas russas de todo o território da Ucrânia.

Zelensky também definiu no domingo como prioridades a obtenção de um cessar-fogo completo e incondicional, e o regresso dos prisioneiros e das crianças que Kiev acusa Moscovo de ter raptado.

Na primeira ronda de conversações, as duas partes não foram além de um acordo sobre a troca de mil prisioneiros de guerra de cada lado.

A reunião de hoje foi proposta há uma semana por Moscovo, mas nem por isso diminuiu a intensidade dos combates.

No domingo, véspera das negociações de paz, a Ucrânia acusou a Rússia de ter matado 12 soldados ucranianos que estavam a treinar, e Moscovo denunciou a destruição de 40 aviões e de duas pontes.

Representantes dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França também deverão deslocar-se a Istambul para contactos com as duas partes.

Zelensky continua a reclamar que o conflito só será resolvido quando negociar diretamente com Vladimir Putin, mas o Presidente russo tem respondido com o silêncio.

Com isso, tem alimentado o receio de que pretenderá manter a guerra que iniciou em fevereiro de 2022 até poder declarar que a venceu.

Andriy Andriyenko/Ukrainian 65 Mechanised brigade/AP
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