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Titan: Reveladas as últimas mensagens antes da implosão do submersível

Luana Augusto
Luana Augusto 17 de setembro de 2024 às 11:06
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Uma das mensagens enviadas indicava que estava "tudo bem". Aparelho implodiu em junho de 2023, causando a morte dos cinco ocupantes.

Uma das últimas mensagens enviadas do submersível Titan, durante a sua visita aos destroços do Titanic, revelava que estava "tudo bem aqui". As comunicações foram divulgadas na segunda-feira, durante uma apresentação, da Guarda Costeira dos EUA, que investiga a implosão do aparelho desde junho de 2023.

ceanGate Expeditions/Handout via REUTERS

A tripulação que seguia a bordo do Titan estaria a comunicar com o navio de apoio, Polar Prince, por mensagens de texto, enquanto o submersível descia em direção ao fundo do oceano. Contudo, acabou por perder o contacto e o rastro da embarcação, que se encontrava a 3.342 metros, após uma troca de mensagens acerca da profundidade a que o submersível seguia e o peso do mesmo.

"Deixou cair dois pesos", dizia a última mensagem do Titan ao referir-se aos pesos que o submersível poderia perder na esperança de retornar à superfície.

A família de uma das vítimas, que morreu na implosão do submersível, acredita que a mensagem enviada, cerca de 90 minutos depois do Titan ter mergulhado, era uma clara indicação de que a tripulação estaria a tentar abortar a missão e que estaria ciente de que se passava algo de errado. 

A divulgação das comunicações finais do Titan, assim como de uma imagem que mostra o cone da cauda do submersível no fundo do oceano, ocorreu logo no início da audiência do Conselho de Investigação da Marinha, autoridade encarregada de analisar a causa da tragédia e de oferecer recomendações. Durante a apresentação, a autoridade da Guarda Costeira revelou ainda que o Titan foi testado 1,09 vezes, sendo que o padrão da indústria aconselha 1,25 vezes. O submersível teve 70 problemas de equipamento em 2021 que precisavam de correção.

"Nos últimos 15 meses, a nossa equipa trabalhou continuamente em estreita coordenação com diversas agências federais, parceiros internacionais e especialistas do setor para descobrir os factos que cercam este incidente", disse Jason Neubauer, presidente do Conselho de Investigação da Marinha, durante a conferência. "A investigação também examinará se há alguma evidência de má conduta ou atos criminosos relacionados ao incidente." 

As autoridades só encontraram os destroços deixados pelo Titan no fundo do Oceano Atlântico, a várias centenas de metros do Titanic, quatro dias depois do incidente. Além disso, foram ainda recuperados os "supostos restos mortais" que se acredita pertencerem às vitimas.

Stockton Rush, fundador e CEO da operadora do submersível, o empresário Shahzada Dawood e seu filho de 19 anos, Suleman Dawood, o empresário Hamish Harding, e o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet foram dados como mortos. Os restos mortais foram comparados com amostras de ADN dos cinco homens a bordo, confirmou o Conselho de Investigação da Marinha. 

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