Especialistas calculam que sismo que já vitimou 19 mil pessoas fez com que terra se deslocasse cerca de três metros.
A placa da Anatólia deslocou-se três metros na sequência do sismo sentido na segunda-feira na Turquia e na Síria e que já vitimou mais de 19 mil pessoas.
De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Itália, o sismo de 7,8 na escala de Richter resultou no deslocamento da falha geológica que lhe deu origem, afastando a Turquia da Síria por entre quatro e seis metros. O cálculo foi feito por um sismógrafo italiano ao site Italia 24.
Carlo Doglioni, o presidente do Instituto Italiano de Geofísica e Vulcanologia, disse, citado pelos meios de comunicação social italianos, que "o que se chama a placa Arábica moveu-se cerca de três metros ao longo do eixo nordeste-sudoeste, em relação à placa da falha da Anatólia". Estas afirmações foram feitas com base em dados preliminares.
Não é incomum um sismo "mover" grandes massas de terra. Um especialista contou ao Daily Mail que há uma equação que refere que um tremor de terra com uma intensidade da magnitude dos 6,5 ou 6,9 [na escala de Richter] move a terra em cerca de um metro, mas que há relatos de sismos dessa magnitude que moveram placas de terra 10 ou 15 metros.
Nas redes sociais têm sido partilhadas imagens dos efeitos que o sismo teve numa linha de comboio na província de Kahramanmaras, deformando-a.
O sismo aconteceu na segunda-feira, numa área que serve de encontro a três placas tectónicas (a euroasiática, a da Arábia e a do leste africano): na falha da Anatólia. O primeiro abalo sentido aconteceu de madrugada e foi seguido por dezenas de novos tremores. O que terá acontecido foi que a placa do Leste de África se terá movido e ao fazê-lo, desencadeou uma reação de dominó que levou a outros movimentos tectónicos. Este movimento foi particularmente destrutivo já que o epicentro se deu em terra, sendo sentido de forma mais forte nas cidades.
Sismógrafos explicaram à agência noticiosa italiana ANSA que as placas roçaram uma na outra, sendo que uma se moveu para cima e a outra para baixo e deslocaram-se para a esquerda, na direção do Mar Egeu.
A Turquia é constantemente afetada por sismos. Em 1999, mais de 17 mil pessoas morreram na cidade de Izmit, na sequência de um sismo de intensidade 7,6 na escala de Richter.
Neste momento, o número de vítimas da Turquia está já nas 16.170, anunciou o presidente Erdogan. Na Síria, onde a contagem é menos precisa, as indicações são que já existem mais de 3.000 mortos. Na Turquia, 6.444 edifícios em 10 províncias do sudeste desabaram, disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que reconheceu na quarta-feira alguns problemas iniciais das autoridades nos esforços de resgate. Já na Síria foram registados mais de 700 edifícios danificados.
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