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Queda de avião. Rússia diz avisou 15 minutos antes, mas Ucrânia nega

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 25 de janeiro de 2024 às 17:01
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Militares russos garantiram que avisaram da passagem do avião. Kiev pede provas e uma investigação internacional. Morreram 74 pessoas a bordo.

Um deputado senior russo garantiu que os serviços secretos militares da Ucrânia foram alertados para a passagem de um avião militar que levava prisioneiros de guerra, 15 minutos antes de ele ser abatido, na quarta-feira. Uma informação negada por Kiev que exige a apresentação de provas.

REUTERS/Stringer

Na queda do avião morreram todos os 74 passageiros a bordo,65 dos quais seriam prisioneiros ucranianos. Moscovo acusou Kiev de ter abatido o Ilyushin Il-76 na região russa de Belgorod. Os serviços secretos ucranianos divulgaram entretanto a informação de que o sistema de defesa aérea russo estava ativo no momento da queda.

Do lado ucraniano, Andriy Yusov, porta-voz dos serviços secretos militares, disse na rádio Svoboda que Kiev não recebeu qualquer aviso verbal ou escrito para que fossem suspensos ataques aéreos naquela área de Belgorod, região russa perto da fronteira com a Ucrânia.

Andrei Kartapolov, o deputado que garantiu ter sido emitido o aviso e que é próximo do ministro da Defesa russo, declarou aos colegas parlamentares: "O lado ucraniano foi avisado oficialmente, e 15 minutos antes do avião entrar na zona, foi-lhes dada informação completa que receberam, e o Diretório Principal de Inteligência das Forças Armadas ucranianas pode confirmar isso".

Já as forças armadas de Kiev negaram esta versão, mantendo que não receberam qualquer informação. Andriy Yusov reporta que o Ministério da Defesa russo até deu conta do abate de um drone ucraniano naquele espaço aéreo por volta das 11h30 de quarta-feira. Minutos depois era conhecida a queda do avião com prisioneiros a bordo.

"Infelizmente podemos assumir vários cenários, incluindo provocação, ou até o uso de prisioneiros ucranianos como escudo humano para transportar munições e armas para os sistemas S-300 [quer estão a ser usados na guerra]", defendeu o porta-voz ucraniano.

A existência de versões contraditórias não é novidade neste conflito. Foi também noticiada a descoberta de fragmentos que parecem ser de um míssil junto ao local onde caiu o avião. 

Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky apelou a uma maior clareza em torno deste incidente, especialmente em relação a quem estava a bordo, acusando a Rússia de "brincar com a vida dos prisioneiros ucranianos". Zelensky apelou ainda à abertura de uma investigação internacional, embora só as autoridades russas tenham agora acesso ao local onde se despenhou o avião.

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