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Procuradora de Nova Iorque pede prisão de Trump por desobediência ao tribunal

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 25 de abril de 2022 às 17:15
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Letitia James alega que o ex-presidente dos EUA não entregou documentos que lhe tinham sido exigidos pela justiça em relação às suas atividades económicas.

A procuradora-geral do estado de Nova Iorque pediu ao tribunal que mandasse prender Donald Trump por desobediência ao tribunal, ao não entregar documentos que lhe tinham sido pedido sobre algumas das suas práticas empresariais, adianta a Reuters.

REUTERS/Joe Skipper

O ex-presidente dos EUA perdeu um recurso com que pretendia anular uma intimação da procuradora-geral do estado, Letitia James, e não conseguiu apresentar todos os documentos até o prazo de 3 de março, posteriormente estendido até 31 de março a pedido de seus advogados.

Apesar destes adiamentos, o gabinete de Letitia James recebeu "zero documentos", explicou Andrew Amer, conselheiro especial de litigação da procuradoria-geral de Nova Iorque, ao juiz Arthur Engoron.

"Donald Trump não está fora do alcance da autoridade deste tribunal", defendeu Amer, ao apoiar que este fosse detido por desobediência. "O senhor Trump teve a sua oportunidade em tribunal para contestar esta intimação e perdeu."

O gabinete da procuradora-geral está a investigar se a Trump Organization - a companhia familiar de Donald Trump - falsificou os valores reais das suas propriedades para obter empréstimos favoráveis e reduções de impostos. Letitia James já defendeu ter encontrado "provas significativas" de que tal aconteceu o que levou a que durante mais de uma década os relatórios da empresa "basearam-se em avaliações falseadas e outras ilegalidades para conseguir benefícios económicos".

Foi pedida uma multa de 10 mil dólares por dia (9.340 euros), ou mais, até que ele obedeça ao tribunal e entregue os documentos.

A equipa de defesa de Trump defendeu em tribunal que a procuradoria-geral está "à pesca" e que a Trump Organization "teve razão" em adiar a entrega de documentos. "Esta é uma cruzada política", afirmou a advogada Alina Habba. 

Donald Trump nega qualquer ilegalidade e considera que esta investigação tem motivações políticas. Trump é republicano e a procuradora é democrata.

Ivanka Trump e Donald Trump Jr, dois dos filhos do ex-presidente, também foram intimados para prestar declarações ao procuradora-geral. Está pendente um recurso para evitar esses testemunhos.

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