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Presos dois supremacistas brancos que queriam "destruir completamente" Baltimore

Brandon Russell e Sarah Beth Clendaniel conheceram-se na prisão quando ele estava a cumprir pena por fabricar bombas e ela cumpria pena por ter assaltado várias lojas de conveniência.

Duas pessoas foram presas e acusadas de ter planeado a destruição da rede elétrica de Baltimore, nos Estados Unidos. O ataque tinha como objetivo "destruir completamente" a cidade, que detém uma grande maioria de habitantes negros, tendo por base simplesmente motivações racistas, avançou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Maryland State Police, Pinellas County Sheriff's Office

Brandon Russell e Sarah Beth Clendaniel são os dois suspeitos. Os dois conheceram-se na prisão quando Brandon Russel, de 34 anos, estava a cumprir pena por fabricar bombas e Sarah Beth Clendaniel, de 32 anos, cumpria pena por ter assaltado várias lojas de conveniência.

O plano estava delineado de forma a atacarem cinco centrais elétricas espalhadas pela cidade e explodirem os seus transformadores para que a cidade ficasse sem energia e paralisada. Se chegarem a ser condenados os dois suspeitos podem ter uma pena de até 20 de prisão por planearem a destruição de uma central elétrica.

O procurador-geral adjunto de Segurança Interna, Matthew Olsen, defendeu que os suspeitos foram "atraídos pela sua ideologia de ódio racial". Pelo que "o Departamento de Justiça não tolerará ameaças a infraestruturas críticas que colocam comunidades em perigo em nome do extremismo doméstico violento".

Segundo o relatório do FBI, Brandon Russell era o mentor do plano e Sarah Beth Clendaniel estaria responsável por executá-lo.

Brandon Russell é fundador de um grupo neonazi conhecido como Divisão Atomwaffen, que segundo o Southern Poverty Law Center, tem como principal objetivo "atrair o colapso da civilização" e causar violência que desencadeie uma guerra racial.

Thomas Sobocinski, chefe do escritório do FBI em Baltimore, avançou que durante o interrogatório Brandon Russell "descreveu o ataque aos transformadores elétricos como a melhor coisa que alguém poderia fazer" e partilhou até que os meses de inverno seriam os melhores para realizar este ataque uma vez que a população precisa de mais eletricidade nessa época do ano.

Numa conversa criptografada nas redes sociais com um informador do FBI, Sarah Beth Clendaniel referiu, a 29 de janeiro: "Se conseguirmos o que eu espero… Será lendário". Na mesma conversa, a suspeita referiu ainda que ao atacarem as várias centrais numa rápida sucessão iria ocorrer uma "avalanche de interrupções de energia", pelo que a população começaria a ficar inquieta e "destruiria completamente a cidade a inteira".

Um estudo da Universidade George Washington publicado em setembro de 2022 refere que os planos dos grupos de supremacia branca nos Estados Unidos de atacarem a rede elétrica do país "aumentaram drasticamente em frequência" de 2016 a 2022, mas sobretudo desde 2019. Nos últimos sete anos, foram feitas 13 denúncias por participação em tais conspirações com vista o ataque de centrais elétricas e, segundo apuração do relatório, 11 deles foram cobrados a partir de 2020.

Nos últimos meses foram causados danos nas centrais elétricas em Oregon, Washington e Carolina do Norte, que deixaram milhares de pessoas sem acesso à eletricidade.

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