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Presidente sírio condena ataques israelitas e promete proteger a comunidade drusa 

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 17 de julho de 2025 às 08:30
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Os ataques teriam levado "a uma escalada em larga escala, se não fosse a intervenção efetiva da mediação americana, árabe e turca, que salvou a região de um destino desconhecido", afirmou Ahmed al-Sharaa na sua primeira declaração pública depois dos ataques.

O presidente interino da Síria condenou Israel por "atacar em larga escala instalações civis e governamentais" depois de o exército israelita ter atacado Damasco na quinta-feira numa tentativa de intervir nos recentes confrontos entre o exército sítio e combatentes drusos. 

Os ataques teriam levado "a uma escalada em larga escala, se não fosse a intervenção efetiva da mediação americana, árabe e turca, que salvou a região de um destino desconhecido", afirmou Ahmed al-Sharaa na sua primeira declaração pública depois dos ataques.  

Sharaa garantiu que proteger os cidadãos drusos e os seus direitos é uma "prioridade" apesar de os confrontos na cidade de Sweida, no sul do país, terem causado mais de 350 mortos. Para isso afirmou que os responsáveis pela violência contra o povo druso vão ser responsabilizados e que a "responsabilidade" pela segurança de Sweida vai ser transferida para os anciãos e fações locias.  

Os ataques aéreos israelitas atingiram parte do Ministério da Defesa sírio e estiveram perto do palácio presidencial na quarta-feira. Um porta-voz do exército israelita referiu que o ataque pretendia passar uma mensagem "em relação aos eventos em Sweida". 

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse no X que já foi alcançado um acordo para restaurar a calma na região e pediu a "todas as partes que cumpram os compromissos que assumiram", sem avançar mais detalhes sobre a natureza do acordo. 

Rubio referiu ainda, desta vez na sala de imprensa da Casa Branca, as "rivalidades históricas e de longa data" que gerou "uma situação lamentável e um mal-entendido, ao que parece, entre o lado israelita e do sírio". 

Ainda na quarta-feira o governo sírio e um dos três líderes espirituais da comunidade drusa síria anunciaram um cessar-fogo, e apesar de o exército sírio ter informado que se começou a retirar de Sweida, outro líder espiritual, Hikmat al-Hijri, prometeu continuar a lutar e chamou o novo governo de um conjunto de "gangues armados".  

O exército sírio entrou em Sweida no domingo numa tentativa de restaurar a calma entre combatentes drusos e tribos beduínas árabes. Estes confrontos levantaram o fantasma de um conflito mais amplo no país que viveu mais de uma década em guerra civil.  

Segundo o monitor de guerra do Observatório Sírio para os Direitos Humanos os 350 mortos na província de Sweida incluem forças governamentais, combatentes locais e 27 civis drusos mortos em "execuções sumárias".  

Diplomatas internacionais já referiram que o Conselho de Segurança da ONU se vai reunir esta quinta-feira para abordar o conflito sírio.   

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