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Israel ataca complexo do Ministério da Defesa sírio

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 16 de julho de 2025 às 16:27
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Bombardeamento é a resposta aos ataques do governo sírio contra a minoria drusa.

As forças militares de Israel lançaram, esta quarta-feira, um ataque aéreo ao coração de Damasco, a capital da Síria. Os bombardeamentos atingiram o complexo onde fica o Ministério da Defesa e será uma resposta aos ataques do governo sírio à minoria drusa, dos últimos dias.

SANA via AP

Os media sírios deram conta de que 13 pessoas ficaram feridas. Um outro ataque terá atingido as proximidades do palácio presidencial, nas colinas fora da cidade.

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Nos últimos dias, a cidade de Sweida, no sul da Síria, tem sido palco de confrontos entre as forças governamentais e grupos armados drusos, o que levou Telavive a lançar dezenas de ataques contra tropas e comboios governamentais, em apoio ao grupo religioso minoritário. Israel já tinha prometido intensificar o seu envolvimento neste confronto.

Este é o maior teste à estabilidade da Síria, depois do grupo rebelde islamita ter derrubado o ditador Bashar al-Assad, em dezembro. O novo governo, que se quis distanciar da imagem de grupo terrorista, luta agora por manter a integridade nacional e o fim da guerra civil que durou 14 anos.

No X, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, escreveu que os "duros golpes começaram". Na publicação é ainda possível ver uma jornalista síria surpreendida pela explosão que acontece atrás de si enquanto apresenta as notícias. Um militar israelita contou à Associated Press, sob anonimato, que em cima da mesa estão agora vários cenários e que uma brigada (composta por milhares de soldados) foi retirada de Gaza e está a dirigir-se para os Montes Golã, território sírio ocupado por Israel desde o final da Guerra dos Seis Dias, em 1967, e onde vivem, na maioria, árabes drusos.

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Para o Ministério da Defesa da Síria, foram as milícias drusas que violaram um cessar-fogo conseguido na terça-feira o que obrigou as forças oficiais a abrir fogo. O governo afirmou que estava "a cumprir as regras de atuação para proteger os habitantes, evitar danos e garantir o regresso em segurança das pessoas que deixaram as suas casas".

Porém, civis drusos reportaram que não conseguem falar com os seus familiares na região, temendo-se que possam ter sido atingidos. Desde a tomada de poder pelo grupo de maioria muçulmana sunita, que as minorias religiosas sírias se mantém céticas em relação à sua segurança no país.

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