Sábado – Pense por si

Parlamento da Coreia do Sul aprova destituição da Presidente

09 de dezembro de 2016 às 08:31
As mais lidas

Centenas de pessoas em protesto contra a primeira mulher Presidente da Coreia do Sul acompanharam a votação dos deputados no exterior no parlamento

Os deputados da Coreia do Sul aprovaram esta sexta-feira a destituição da Presidente do país, Park Geun-hye, que terá agora de ser ratificada pelo Tribunal Constitucional para ser definitiva. Em causa poderá estar o envolvimento num caso de tráfico de influências e corrupção pelo Ministério Público. 

A moção de destituição, apresentada na quinta-feira pela oposição, foi aprovada com 234 votos a favor e 56 contra e transfere para o primeiro-ministro os poderes da Presidente até haver decisão do Tribunal Constitucional.

Centenas de pessoas em protesto contra a primeira mulher Presidente da Coreia do Sul acompanharam a votação dos deputados no exterior no parlamento, depois de manifestações com centenas de milhar de sul-coreanos a reivindicar a demissão de Park terem enchido as ruas de Seul nas últimas semanas. Foram as maiores manifestações no país desde os protestos pró-democracia da década de 1980.

A indignação tem por base a ideia de que Park foi manietada durante o seu mandato por uma amiga, Choi Soon-sil, acusada de corrupção e tráfico de influências.

A Procuradoria da Coreia do Sul revelou que a Presidente teve um papel "considerável" no caso e acusou formalmente Choi Soon-sil e dois antigos assessores presidenciais, indicando que Park cooperou com a amiga e os outros dois ex-colaboradores, que são suspeitos de terem pressionado mais de 50 empresas do país a doar 65,7 milhões de dólares (62 milhões de euros) a duas fundações.

O escândalo "Choi Soon-sil Gate" reduziu a taxa de aprovação da Presidente a 5%, o valor mais baixo alguma vez alcançado por um chefe de Estado na Coreia do Sul desde que o país alcançou a democracia no final da década de 1980.

A 29 de Novembro, a Presidente sul-coreana disse que queria deixar o cargo antes do fim do mandato, em 2018, e pediu ao parlamento para preparar a transição. "Quando os deputados tiverem determinado as condições para uma passagem de poder que minimize qualquer vazio de poder e o caos na governação, eu saio", disse, numa declaração país transmitida pela televisão.

"Deixarei a questão da minha saída, incluindo a redução do meu mandato, a uma decisão da Assembleia Nacional", afirmou.

Urbanista

A repressão nunca é sustentável

Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.